As cotações do petróleo caíram para seus menores valores em quase seis anos nesta terça-feira (13), após os Emirados Árabes Unidos reforçarem a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não cortar produção para dar sustentação aos preços.
Os preços já acumulam perdas de 60% desde o pico de junho de 2014, pressionados principalmente pelo aumento de produção, em especial nas áreas de xisto dos EUA, além de uma demanda menor que a esperada na Europa e na Ásia.
Por volta das 9h (horário de Brasília), o petróleo Brent, negociado em Londres, caía US$ 1,51, a US$ 45,92 por barril, após alcançar o valor mínimo de US$ 45,23 mais cedo, menor patamar desde março de 2009. Já o petróleo WTI, negociado nos EUA, recuava US$ 1,45, a US$ 44,62 por barril, com mínima intradia (no mesmo dia) de US$ 44,21.
"O mercado está um pouco em pânico neste momento, e a tendência é bastante negativa", disse Ole Hansen, estrategista sênior de commodities do Saxo Bank.
Decisão
A Opep não vai reduzir sua produção para dar sustentação aos preços da commodity, mas espera que produtores de maior custo o façam, reafirmou o ministro de energia dos Emirados Árabes Unidos nesta terça-feira.
Enquanto o ministro Suhail bin Mohammed al-Mazroui falava, o Brent caía 4%, abaixo de US$ 46 por barril, após marcar queda de 5% na segunda-feira (12), ampliando uma derrocada que já reduziu o preço do petróleo em mais de metade nos últimos seis meses.
Mazroui não deu nenhum sinal de que a Opep mudará sua postura em relação à questão. A organização tem insistido para que outros produtores, particularmente os de óleo não convencional de xisto nos Estados Unidos, reduzam sua produção.
"A estratégia não vai mudar", disse ele em uma conferência do setor de energia em Abu Dhabi.
Ao não reduzir a produção, "nós estamos dizendo ao mercado e a outros produtores que eles precisam ser racionais e, como a Opep, precisam observar o crescimento do mercado internacional de petróleo e precisam atender a esse crescimento com produção adicional".
A Opep reúne 12 países, entre eles, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Venezuela e Angola.