A prisão de um estudante da Universidade da Virginia elevou mais uma vez as tensões raciais nos Estados Unidos. Martese Johnson, de 20 anos de idade, foi detido do lado de fora de um pub, na madrugada de quarta-feira, em Charlottesville. Durante a prisão, o jovem sofreu ferimentos na cabeça. Em vídeos e fotos feitos por estudantes que estavam no local, ele aparece com o rosto coberto de sangue. Em uma das imagens, é possível ouvi-lo chamando os policiais de "racistas", no momento em que era algemado.
A prisão foi feita por agentes do órgão estadual de controle de bebidas alcoólicas, que alegaram ter respondido a um chamado por "desordem, envolvendo uma multidão depois de um incidente", segundo informou o Huffington Post. Segundo os registros judiciais, Johnson foi detido porque os policiais o consideraram "muito agitado e beligerante". Não foram dadas explicações do porquê de ele ter ficado ferido.
O governador da Virgínia, Terry McAuliffe, determinou que o episódio seja investigado. "O governador está preocupado com as informações desse incidente e pediu à secretaria de segurança pública que inicie uma investigação independente sobre o uso da força", informou a nota divulgada pelo gabinete de McAuliffe.
Centenas de estudantes protestaram no campus da universidade e ruas adjacentes. Muitos gritaram frases como "vidas de negros importam", que ficou conhecida por ter sido usada nos protestos contra a morte de um jovem negro desarmado em Ferguson, no ano passado. Johnson não tem antecedentes criminais.
Depois do episódio, o senador Donald McEachin sugeriu que a agência de controle de bebidas alcoólicas deve deixar de ter poder de efetuar prisões, informou a agência Reuters. O departamento ficou envolvido em outra controvérsia em 2013, quando uma estudante foi detida depois que o recipiente em que levava água com gás foi confundido com cerveja. Elizabeth Daly, que é branca, entrou com uma ação pedindo 40 milhões de dólares em indenização, e acabou recebendo uma sentença favorável no valor de 212.000 dólares.