PMs flagrados cobrando R$ 150 mil para liberar cigarros viram réus em processo

Sete policiais militares suspeitos de envolvimento em esquema de cobrança de propinas para liberar carga de contrabando foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE). A promotora Renata Ruth Fernandes Goya Marinho, da 24ª promotoria de Justiça, considerou que os réus praticaram concussão e sequestro. O juiz Alexandre Antunes da Silva já aceitou a denúncia.

Foram denunciados o terceiro sargento Alex Duarte Aguir, os cabos Rafael Marques da Costa, Eduardo Torres de Arruda, João Nilson Cavanha Vilalva e Felipe Fernandes Alves, além dos soldados Lucas Silva de Moraes e Walgnei Pereira Garcia.

Conforme a promotora, cientes da reprovabilidade de suas condutas, eles exigiram para si vantagem indevida, e, em consequência desta vantagem, deixaram de praticar ato de seus ofícios. Os denunciados ainda sequestraram a vítima Rogério Fernandes Mesquita.

Conforme apurado, uma guarnição composta por Vilalba, Moraes, Fernandes e Walgnei, abordou o caminhão com cigarros, próximo à saída para São Paulo, e determinou que Rogerio encostasse o veículo.O motorista estacionou, momento em que foi questionado pelos militares acerca da carga, tendo admitido que se tratava de cigarros contrabandeados.

Na sequência, os denunciados apossaram-se de R$ 5 mil, pertencente a Rogério, e o sequestraram, colocando-o no interior da viatura. Eles, então, deslocaram-se por alguns minutos, até se encontrarem com o sargento Aguir, que exigiu que Rogério lhe entregasse as chaves e documento do caminhão, sob ameaça de dar um tiro na vítima.

Após a entrega dos objetos, Aguir conduziu Rogério até onde estava estacionado seu caminhão, entregou as chaves e exigiu que ele conduzisse o veículo até a Avenida Gunter Hans. Após estacionar o caminhão no local indicado, Rogério recebeu ordem para ingressar novamente no veículo de Aguir e a guarnição de serviço retomou suas atividades, a fim de não levantar suspeitas. 

Em dado momento, Aguir exigiu o valor deR$ 150 mil para liberação da carga, motorista e veículo. O dono da carga conseguiu levantar o montante de R$ 30 mil e combinou de efetuar o pagamento em um posto de combustível. A vítima denunciou os fatos ao Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), sendo a denúncia repassada à Corregedoria da PM ,que assumiu a investigação.

Dois policiais foram presos em flagrante pelo crime de corrupção passiva. O restanto acabou detido no decorrer das investigações. Motorista do caminhão também foi preso e o veículo, com o contrabando de cigarros apreendidos, foram encaminhados para à Polícia Federal. Investigação segue em sigilo.

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