Para viver mais, corrida leve é melhor do que intensa

Pessoas que correm em intensidade leve ou moderada vivem mais do que aquelas que correm em intensidade alta. Essa é uma das revelações de um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Journal of the American College of Cardiology, dos Estados Unidos.

Por doze anos, pesquisadores acompanharam 1.098 praticantes de corrida e 413 sedentários, todos saudáveis. Entre os corredores, foram avaliados a duração, a frequência e o ritmo dos seus treinos.  

O menor índice de mortalidade foi identificado entre as pessoas que corriam em ritmo leve a moderado, por uma a 2,4 horas semanais, divididas em até três treinos. Paralelamente, o índice de mortalidade dos indivíduos que corriam em ritmo intenso foi igual ao dos sedentários. De acordo com os pesquisadores, em geral, os praticantes de corrida eram mais jovens, tinham pressão arterial e índice de massa corpórea menor, além de índices inferiores de tabagismo e diabetes.

Ritmo – Os cientistas esclarecem que o ritmo leve corresponde a um exercício vigoroso, e o extenuante, a um exercício “muito vigoroso”. “Ao longo de décadas, esse nível de atividade [muito vigoroso] pode oferecer riscos, sobretudo ao sistema cardiovascular”, afirma Peter Schnohr, pesquisador do Hospital Frederikberg em Copenhagen, na Dinamarca. “Se o objetivo é reduzir o risco de mortalidade e aumentar a expectativa de vida, correr poucas vezes na semana em intensidade moderada é uma boa estratégia. Qualquer coisa acima disso é desnecessária e prejudicial.”

Existem regras básicas que valem para todos os iniciantes na corrida – independentemente de idade, condicionamento físico e histórico de saúde. A primeira delas: embora a corrida seja um esporte prático que não exige equipamentos, é preciso ter um bom tênis. Não precisa ser o modelo mais caro ou mais novo da loja – basta que ele tenha bom amortecimento e seja confortável. Além disso, é indicado que pessoas que praticam corrida sigam uma planilha para controlar a evolução dos treinos. "O ideal é ter uma planilha feita por um professor. Mas, se não for possível, seguir treinos prontos publicados em revistas, por exemplo, é sempre melhor do que não seguir nenhum", diz o educador físico Renato Dutra. Conhecer o seu próprio condicionamento físico é essencial para saber o ponto de partida da corrida – se mais moderado ou intenso. Por fim, alimentação e hidratação são essenciais antes, durante e depois da prática. "O ideal é beber 200 mililitros de água ou isotônico a cada 15 minutos de corrida", diz o nutrólogo Celso Cukier.

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