Novo presidente da Câmara intermediou encontro de Bernal com doleiro

O novo presidente da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP/MA) – que assumiu o posto nesta quinta-feira (05) com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB/RJ), foi o intermediador do suposto encontro entre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), com o doleiro Fayed Traboulsi, responsável pela 'sucursal' do banco do 'petrolão' em Brasília. (ouça o áudio abaixo)
Segundo o site da revista Veja, em novembro de 2012, o deputado fez aproximação do prefeito da Capital com o doleiro, que estava interessado em fechar 'negócios' com a prefeitura. O jornal Correio do Estado publicou reportagem na época.

Segundo a Polícia Federal, integrantes do grupo comandado por Traboulsi mantiveram conversas com Bernal para angariar recursos do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande para fundos controlados pela quadrilha. À época, o prefeito da Capital disse não se lembrar de contatos com o doleiro. Em nota, a assessoria da prefeitura também informou que na agenda oficial não constavam encontros com as pessoas citadas.

Doleiro – Fala, meu querido!
Deputado – Meu irmão!
Doleiro – Tudo bem, irmão?
Deputado – Veja só: o Bernal está em Brasília e deixei o Luís Carlos aí com a missão de levá-lo ao seu encontrou, viu?
Doleiro – Pois é, estou aguardando eles, inclusive. O Luís Carlos disse que tá com ele aí, né?
Deputado – Como eu vim para o Tocantins, eu tratei só por telefone, mas tá caminhando, viu?
Doleiro – Tá. Então eu fico no aguardo. Eles vêm agora à tarde, né
Deputado – É interessante a sua conversa.

Duas semanas após o suposto encontro em que o prefeito de Campo Grande foi apresentado ao doleiro, Waldir Maranhão volta a intermediar um encontro entre os dois, em Brasília. O deputado também avisa que o "negócio" na cidade de Marabá, no Pará, já estava "ok".

Doleiro – Fala, chefe.
Deputado – Meu irmão, tudo bem?
Doleiro – Tudo.
(…)
Deputado – Deixa eu lhe dizer: amanhã quem vai estar aqui é o Bernal, lá de Campo Grande. Já teve com ele, né?
Doleiro – Já, sim. Eu já estive conversando da outra vez com ele. Mas eu tô indo pra São Paulo às oito horas da manhã e volto às duas da tarde.
Deputado – Eu acho assim: se você tiver um tempinho, à noite, eu acho que vale a pena convidá-lo para ter uma conversa social, tá? Uma sugestão, uma sugestão, tá?
Doleiro – Claro, claro (…) Amanhã eu vou te ligar assim que eu chegar aqui em Brasília eu te ligo para você ou fazer contato com ele ou me dar o telefone dele pra mim falar com ele, tá?
Deputado – Eu vou te passar logo o telefone dele porque um convite seu é diferente, viu?
Doleiro – Pois eu estou sem poder anotar aqui.
Deputado – De manhã eu te passo, então. Outra coisa: Marabá ok, fechado.
Doleiro – Beleza. O meu pessoal tá lá já.
Deputado – Tá fechado lá. Agora, só as providências.

À Veja, o deputado negou que tenha recebido quaisquer benefícios indevidos, reiterou que já prestou depoimento sobre o assunto, afirmou que "está à disposição das autoridades para esclarecimentos" e que não tem "nenhuma" relação com o doleiro Fayed Traboulsi.

Ouça o áudio: https://soundcloud.com/veja-com/waldir-maranhao-audio-1
 

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também