“Novas falhas sem respostas” – aonde foram parar R$ 109 milhões?

A lista de mistérios a serem explicados pela Prefeitura de Campo Grande só aumenta. Irregularidades são denunciadas, mas, infelizmente, a população recebe apenas respostas vagas e vergonhosas se comparadas a dimensão dos danos que a desorganização e incompetência da atual administração municipal vem causando. O mais recente absurdo foi o rombo nos cofres do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG). Nos últimos três anos, houve desfalque de R$ 109 milhões dos cofres da entidade, que tem como  objetivo justamente  amparar e proteger os trabalhadores. A prefeitura fez o oposto. Apropriou-se de recurso que serviria para assegurar a aposentadoria de milhares de servidores municipais.

O número é significativo: os cofres do Instituto contavam com R$ 110 milhões em 2012, mas hoje restam apenas R$ 874 mil. A denúncia feita pelo deputado estadual Coronel David pode ser comprovada pelos balanços orçamentários da administração municipal, publicados em Diário Oficial. O fundo está descapitalizado. O mais grave é que as contribuições para o IMPCG foram descontadas mensalmente dos salários dos trabalhadores, mas os recursos não foram devidamente repassados. Atitude que trará graves consequência ao futuro dos trabalhadores. Não se sabe até quando será possível assegurar o pagamento dos aposentados, considerando a quantidade pífia em caixa.

O prefeito Alcides Bernal e o prefeito afastado Gilmar Olarte (que assumiu temporariamente a prefeitura) precisam prestar esclarecimentos, pois os desfalques ocorreram durante suas gestões. Teoricamente, a tendência era que os repasses para a Previdência estivessem ainda maiores, pois o número de servidores da prefeitura vem só aumentando e, consequentemente, as contribuições também cresceram. Há uma série de fatores mal explicados, que ensejam investigações por parte do Ministério Público Estadual e cobranças pelos nossos vereadores. Tamanha irregularidade não pode ser aceita.

Infelizmente, não é possível acreditar que teremos explicações plausíveis da equipe da prefeitura, pois hoje nem o Ministério Público consegue obter esclarecimento acerca de irregularidades constatadas. Somente na gestão de Alcides Bernal, as promotorias especializadas em saúde pública abriram 194 procedimentos investigatórios e inquéritos para problemas que incluem falta de medicamentos, de médicos ou infraestrutura precária nas unidades de saúde. Há ainda o recente episódio do sumiço de vacinas contra gripe, que entra para a lista de fatos misteriosos e inexplicáveis da administração municipal. A promotora de Justiça Paula Volpe lamenta que Bernal não tem conseguido atender à altura todas as demandas.
A população merece esclarecimentos acerca da série de irregularidades constantemente denunciadas. Não se tratam apenas de “intrigas da oposição”. Há dados comprovando falhas e sérios prejuízos com a displicência, que tem se tornado praxe nas ações administrativas.

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