Nos EUA, sul-mato-grossense luta para conseguir guarda do filho

A família da sul-mato-grossense Sonara Souza, de 46 anos, que mora há 15 anos em Meet Island, nos EUA, está pedindo ajuda para contratar um advogado – no valor de 10 mil dólares – para comprovar que ela está sofrendo ameaças de morte, violência doméstica, tortura emocional e entrar com pedido na Justiça para ter o direito de ver o próprio filho, que está morando com o pai desde setembro. 

Sonara falou com a equipe de reportagem por telefone, e explicou que a angústia começou em dezembro, após a separação do ex-marido.

“Ele sempre me agrediu. Já fui na polícia e fiz diversos boletins de ocorrências por violência doméstica. O maior problema é que estou longe do meu filho, que está na casa da mãe dele e meu ex-marido diz que só vou ver a criança quando ele quiser ”, declarou.

A  criança tem quatro anos e é autista. “Ele faz tratamento psicológico e o meu ex-marido foi até a clínica e disse para o médico que não era mais para atender a criança. O médico ficou assustado e me explicou que não quer confusão em suas consultas. E que tinha um amigo em comum que conhece o meu ex-marido e que está disposto a me ajudar e soube das agressões físicas.  Esse médico é brasileiro e deixou claro que pode contar com ele quando conseguir um advogado”.

Sandra Cardoso, de 50 anos, explicou que recebe as ligações dos EUA e tem medo das "emboscadas" que o cunhado estrangeiro planeja para a irmã Sonara. 

“Ela está muito triste por causa da criança. Ele não disse para onde levou a criança para estudar e manda aúdios para a Sonara com o menino gritando. Ela conta que quando os dois moravam juntos. Ele chacoalhava e empurrava o menino e dizia que não havia nenhuma doença. E ali já começava uma briga. O menino é especial. Temos laudos que comprovam isso. Ele fazia tratamento médico. A criança é autista. Até nos vídeos qualquer pessoa pode perceber que ele tem problemas. O meu ex-cunhado faz muita chantagem e deixa ela doida. Liga e fala para ela ir ao encontro dele para ver o filho e estipula horários para ela abraçar a criança e acaba agredindo. Puxa o braço dela e bate com força. Fecha a porta do carro em cima dela para machucá-la ”, afirmou Sandra.

O ex-marido tem aproximadamente 50 anos e fala somente inglês. “Não sei falar a língua estrangeira e a nossa família não consegue falar com ele. É muito enrolado o que ele fala. Ele nunca quis contato com a gente e chegou a ir preso devido às denúncias das agressões e, quando saiu da prisão, ficou pior. A minha irmã me liga da igreja, dos telefones públicos, dos chips que ela compra. Cada dia é um número diferente”, cita Sandra.   

A casa em que Sonara está morando pertence a família do ex-marido e possui câmeras de segurança, que ele consegue saber o que ela faz durante o dia. “Ele é de família rica. A casa inteira tem câmeras. Tem alarme. Tem tudo. O telefone e grampeado. A internet foi cortada. Estou desempregada, sem cabeça para arrumar um novo emprego e preocupada com a situação do meu filho. Ele não está mais indo na escola e nem no médico”, ressalta Sonara. 

Sonara explica que desde setembro o ex-marido levou o filho para a casa dele. “Ele liga e fala que é para ir em um local para ver o meu filho. Da última vez que fui. Escutei assim: você é o meu brinquedo. Eu volto quando quiser com você, e depois quebrou o vidro do meu carro. O comportamento do meu filho está estranho. Ele chora e enfia a cabeça no meu colo e as pernas e nem gesticula muito. Ele está muito magrinho. Tenho medo de tudo. Quero somente conseguir esse advogado e ter a guarda judicial para ficar com meu filho. Quero sair daqui e ir morar no Brasil. Não quero fazer nada de errado. Quero somente conseguir tudo na Justiça e cuidar do meu filho. Estou recebendo tratamento terapêutico que atende mulheres que são vítimas de violência doméstica. ”

 

A brasileira Sonara, foi até o consulado americano e pediu informações e relatou que o caso está sendo investigado pelo Itamaraty, desde o dia 2 de outubro deste ano. Ela está escrevendo uma carta a próprio punho e enviando para a irmã. 

Sandra disse que com essa carta em mãos vai até o consulado em São Paulo ou Brasília, pedir apoio para agilizar ainda mais o processo nos EUA e está vendendo um apartamento no valor de R$ 160 mil, na Vila Planalto, em Campo Grande, para pagar um advogado nos EUA e ajudar a irmã. 

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