Mulher ganha espaço e já assume posições de comando na Guarda Municipal

A Guarda Municipal de Campo Grande, criada em 1990 e reformulada em 2007, tem efetivo de 1.305 guardas. A primeira turma da Guarda Municipal aprovada em concurso tinha 305 homens e 09 mulheres. Nove anos depois, são 88 mulheres na tropa e hoje ocupam maior espaço, inclusive com cargos de comando.

Elas estão no patrulhamento, na ação operacional e na Patrulha Maria da Penha, que desde fevereiro deste ano é responsável pelo atendimento a ocorrências de violência contra a mulher.

Prestes a completar seis anos de carreira na GM, Nélis Braúna é comandante da Base Prosa, que abrange onze bairros da Capital. Sob seu comando estão 140 guardas. “É um desafio muito grande. As mulheres precisam sempre provar algo a mais, que temos a mesma capacidade, a mesma condição para enfrentar desafios. Todo dia é uma vitória”, ressalta Nélis, explicando o comando. 

“Estamos avançando muito, tenho orgulho de fazer parte deste quadro e mostrar o valor da Guarda Municipal Feminina”, conta Nélis, que é casada e tem uma filha de três anos.

A presença de mulheres nas forças de segurança, ainda nos 1950, servia ao propósito de suavizar as instituições, resumidas em serviços burocráticos. A realidade hoje é diferente, com mulheres em atividades operacionais e táticas.

Lilian Henrique Barbosa está na Guarda Municipal há cinco anos, atuando na Divisão de Trânsito da corporação. Lilian revela que nunca sentiu preconceito por ser mulher e estar em situações de abordagem. “Se tivermos de fazer abordagens, de participar de operações, não sinto essa diferenciação. Não acredito nessa história de sexo frágil. Na Segurança Pública, as mulheres são um dos pontos mais fortes”, afirma.

Durante uma operação próxima ao aterro sanitário de Campo Grande, Lilian foi abordada por uma mulher pedindo socorro para sua filha, que havia quebrado o braço. “Estávamos fazendo a segurança do local, mas nessa hora o lado mãe falou mais forte e providenciamos o socorro para a menininha, levando-a até uma unidade de saúde”, revela Lilian, que é mãe de uma menina de um ano. 

Patrulha – Em fevereiro desse ano, foi implantada a Patrulha Maria da Penha, composta por guardas municipais para o atendimento de ocorrências de violência contra a mulher. Michelle Carpezani é uma das 10 guardas femininas que compõe a tropa especial. "É uma situação privilegiada. Ajudar estas mulheres que passam por violência é uma honra”, comenta. 

A Patrulha Maria da Penha é formada por 30 guardas municipais, sendo 10 mulheres. Os guardas em patrulha, quando acionados, vão até a casa da mulher vítima de violência. Caso ela tenha sofrido alguma lesão grave, será encaminhada à unidade de saúde mais próxima e o agressor será preso em flagrante. 

Muitas vezes, as mulheres buscam ajuda após muitos anos de abusos e ela conta que lidar com a situação exige preparo. “Tento evitar que os casos afetem nosso trabalho, mesmo vendo mulheres que passam anos sendo violentadas e, depois, resolvem procurar ajuda, muitas vezes com crianças pequenas. É complicado”, aponta Michelle.

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