“MPF escolheu quem investigar”, diz Cunha em depoimento à  CPI da Petrobras

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a atacar nesta quinta-feira (12) os pedidos de abertura de inquérito enviado pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra 21 políticos. Durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, Cunha disse que o MPF escolheu quem ia investigar e disse ser vítima de uma perseguição política.

— O Ministério Público escolheu a quem investigar. Ele não investigou todos. Não teve critério único para todos e por motivações de natureza política ele escolheu exatamente quem era alvo de investigação.

O nome de Cunha foi relacionado na lista da PGR (Procuradoria-Geral da República) enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a abertura de inquérito contra políticos citados durante os depoimentos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. O Supremo autorizou a investigação.

De acordo com Cunha, o pedido de investigação contra ele é “contraditório” e deveria ter sido arquivado. Para defender seu ponto de vista, ele citou o arquivamento do pedido de investigação contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

— O embasamento do arquivamento do senador Delcídio do Amaral confrontando com o que está nos outros é uma vergonha.

No depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Cunha aparece como beneficiário de Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB. O presidente da Câmara admitiu que conhece Fernando Baiano, mas negou que o partido tenha participado do esquema.

— O PMDB nunca teve operador. O senhor Fernando Soares nunca foi operador do PMDB, nem relação tem com o PMDB.

Em um outro momento de sua fala, o presidente da Câmara começou a ler uma lista de políticos que receberam doações da empreiteira Camargo Corrêa, citando apenas nomes de políticos do PT. Um dos deputados presentes questionou Cunha, perguntando "só petistas?". Em resposta, o peemedebista ele que havia políticos de outros partidos, mas estava lendo só os dos petistas. Na sequencia, disse que a doação foi legal e que isso não é preceito pra investigação.

Bruno Lima, do R7

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