Segundo estes documentos, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas das Farc.
Eles também teriam criado um tribunal paralelo que decide sobre os crimes que podem ser praticados e determina até sentenças de morte dentro dos presídios.
O motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de Manaus durou 17 horas. Além das mortes, mais de 180 presos fugiram.
Além desta rebelião, outras três unidades prisionais de Manaus tiveram fugas ou motins. Ao todo, 60 presos morreram. As brigas estariam ligadas à disputa de território entre duas facções rivais que atuam no estado, a Família do Norte (FDN), ligada ao Comando Vermelho (CV), e o PCC (Primeiro Comando da Capital).
As investigações após a rebelião apontam ainda que a empresa Umanizzare, que administra a unidade, alertou o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio Filho, dos riscos de se permitir visitas no fim do ano aos presos.
O governo estadual havia permitido que cada um dos mais de 1,2 mil presos pudessem receber ao menos um acompanhante no Natal e no Ano Novo. No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a empresa ainda pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização da secretaria do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que prejudicou a revista de celas e a contagem de presos.
O Ministério Público de Contas do Amazonas protocolou no início da tarde desta quarta (4) um pedido ao Tribunal de Contas (TCE) para que sejam rescindidos os contratos com duas empresas que administram os presídios do Estado. Segundo o MP, há indícios de irregularidades como superfaturamento, mau uso do dinheiro público, conflito de interesses empresariais e ineficácia da gestão.