Justiça decreta quebra de sigilo e bloqueio de R$ 106 mi de Cerveró

A Justiça Federal do Paraná determinou a quebra de sigilo fiscal e bancário para o bloqueio de R$ 106 milhões das contas do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Operação Lava Jato por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na estatal do petróleo.

Cerveró é acusado de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México.

O juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio da quantia disponível até atingir o limite que teria sido recebido como propina, convertida em reais, o equivalente a R$ 106 milhões. A quebra de sigilo abrange o período entre 2004 e 2014.

Segundo a decisão, a medida tem como objetivo "viabilizar futuro confisco ou para garantir eventual indenização".

Também são acusados no processo Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, o doleiroAlberto Youssef e o empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal.

Nova denúncia
Nesta terça, foi recebida nova denúncia contra Cerveró por lavagem de dinheiro por meio de um apartamento de luxo adquirido no Rio de Janeiro. Sérgio Moro autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal das empresas Jolmey do Brasil e Jolmey Sociedad Anonima, "a fim rastrear o fluxo financeiro dos valores utilizados para aquisição do imóvel, bem como para verificar a realidade do pagamento de aluguéis por Nestor Cerveró".

Também é réu no processo criminal o advogado uruguaio Oscar Algorta. Segundo o MPF, Cerveró adquiriu o apartamento com valor enviado ao exterior e ocultou a compra por meio das empresas offshores localizadas no Uruguai e na Suíça. A Justiça decretou o sequestro do apartamento.

Os procuradores afirmam na denúncia que, apesar de estar registrada em nome de terceiros, a offshore era de propriedade de Cerveró. Já o advogado uruguaio Oscar Algorta é acusado de ter lavado parte do dinheiro desviado comprando o apartamento em nome da offshore uruguaia Jolmey, com o objetivo de tentar ocultar que o ex-diretor da área internacional era o verdadeiro dono do imóvel.

O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, nega as acusações contra o cliente. "Nestor Cerveró nega veementemente essas acusações. A denúncia é inepta e não aponta nenhum crime cometido por Nestor, e ainda cria um tipo penal inédito, que é a formação de quadrilha por duas pessoas. A denúncia não pode prosperar, e, se os fatos que estão dispostos fossem verdadeiros, jamais poderiam ser julgados pela Justiça do Paraná”, enfatizou.

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