Se quiserem dormir até que a novela termine, o deputado Vander e seus colegas da ‘Lista do Janot’ terão que apelar para remédio. Azar deles! É o preço a pagar pelo poder: insônia, estresse, pressão alta, diabetes e as cobranças familiares e da mídia. Eles sabem que a política não pode ser comparada a uma confraria de benfeitores.
Cada qual com seus argumentos cuja credibilidade passa primeiro pelo crivo da opinião pública e depois pela justiça. É assim que funciona. A própria presidente Dilma tratou logo de dar sua versão sobre a turbulência e está sendo contestada pelo que falou. Parecia até que ela estava se referindo a outro país e a outro povo.
Sua assessoria achou melhor se antecipar para tentar esvaziar as manifestações que estão sendo anunciadas para o próximo dia 15. O tiro saiu pela culatra, atraindo a ironia e a bronca da opinião pública, jogando mais lenha na fogueira. Esse papo do PT de que se trata de reação da burguesia é piada de péssimo gosto. A voz das ruas, das filas dos supermercados e ônibus mostra a insatisfação e insegurança.
Alerto que essa será uma semana duríssima para o Governo. Suas relações com os presidentes da Câmara e Senado estão péssimas e seus aliados atingidos na Lista de Janot devem perder força. E no plano econômico a situação não é nada boa: o dólar continua em alta, os juros idem, a balança comercial negativa e a dívida interna do país altíssima. Como lidar com tantos problemas sem respaldo político?
Mas ao contrário do que se imagina, esse quadro nacional estimula o debate com vistas a 2016. Os partidos sustentam o contrário, mas já se articulam de olho nas suas pesquisas e nas eventuais seqüelas dos escândalos.
Não custa lembrar: tem muito bolinho para fritar até a definição das candidaturas.
Mas o óleo da frigideira já está esquentando.