“Impune” apesar da multa, 40% dos pedestres atravessam fora da faixa

Assim como os motoristas, os pedestres também têm uma série de normas que devem ser respeitadas por quem anda a pé, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. Um dos exemplos é a multa de R$ 26,60 para quem atravessa fora da faixa, caso ela esteja até 50 metros de distância. No entanto, como a lei não foi regulamentada, a maioria das pessoas desconhece essa punição e acaba atravessando as vias públicas sem obedecer as regras de trânsito.

Porém, a economia para o bolso pode resultar em um prejuízo maior, que é a perda da própria vida. Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, apontam que 21% dos atropelamentos registrados no país em 2014 foram provocados pelos próprios pedestres . Em Campo Grande, segundo o gestor de Educação e Segurança no Trânsito do Detran, Ivar Custódio da Silva, cerca de 30% a 40% dos pedestres atravessam fora da faixa. 

Com a falta da regulamentação, resta aos órgão de trânsito, a realização de campanhas educativas que levem o pedestre a refletir sobre seus atos nas vias públicas. E é com esse objetivo que o Detran –MS (Departamento Estadual de Trânsito) está levando às ruas novamente a campanha “Pedestre, eu Cuido”, que teve sua primeira fase em junho e tem o objetivo de orientar, inclusive os motoristas, sobre o uso correto da faixa nas principais vias da Capital.

Programada para acontecer nesta segunda-feira (13) na Avenida Júlio de Castilho, a campanha sofreu uma alteração de última hora e foi desenvolvida na Rua Dom Aquino, em frente ao Belmar Fidaldo. Segundo informações da organização, hoje está acontecendo um reordenamento no trânsito da Júlio de Castilho, por isso não foi possível ficar no local.

As atividades aconteceram no final da manhã e voltarão às 16 horas, na faixa de pedestres que não tem sinalização semafórica, em frente ao parque. E mesmo com os agentes de trânsito e voluntários no local, durante os 40 minutos que a reportagem do Campo Grande News permaneceu no local, foi possível verificar pelo menos dez pessoas atravessando fora da faixa ou realizando a travessias desatentas, falando ao celular ou ouvindo música.

Atitudes como essa causaram, em 2013, 12 mortes por atropelamento em Campo Grande. Ano passado o número caiu para sete e no primeiro semestre de 2015, já foram cinco mortes pelo mesmo motivo. Apesar da queda nos número, Ivar Custódio, diz que se houvesse a regulamentação e as multas fossem aplicadas de fato, os índices sofreriam uma queda mais brusca.

Na Capital, no ano passado houve 14,4 mil acidentes, sendo que desse total, 186 foram atropelamentos. Já este ano foram 6.378 acidentes registrados até o momento. Desse universo, 53 são referentes a travessias incorretas.

“A maioria dos atropelamentos ocorre por desatenção do pedestre, por isso precisamos enfatizar sempre essas campanhas”, ressalta. As ações desenvolvidas pelo Detran consistem em abordar os pedestres próximo à faixa e entregar material educativo, além de frisar a importância de sinalizar ao motorista a intenção de fazer a travessia.

“As pessoas apenas olham para o veículo e atravessam, mas é preciso deixar claro que você vai passar. Tem gente que nem olha, vai atravessando, confiando na obrigação do motorista de parar”, diz Ivar.

 

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