A morosidade nas ações dos gestores da rede pública de saúde em Mato Grosso do Sul e o sucateamento do sistema, são os principais motivos para a existência de pacientes aguardando atendimento dentro de ambulâncias em frente de hospitais de Campo Grande. Outro agravante é a ineficiência na distribuição de vagas, pois ainda não há um sistema de regulação em funcionamento pleno no Estado.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, a Capital recebe cerca de 300 pacientes por mês em vaga zero. “O Estado autoriza a vinda do paciente do interior sem a existência de vaga aqui”, declarou.
O secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares justifica que o município do interior sem ter condições de assistir ao paciente em estado grave tem como último recurso enviá-lo à Capital para tentar o atendimento e evitar que a pessoa morra.
A condição para quem precisa de atendimento é ainda mais grave pois o sistema de distribuição de vagas, denominado regulação, ainda "engatinha" no Estado, conforme o secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, que reconhece a má estrutura da saúde no interior e afirma que a reestruturação do setor no Estado é um compromisso do atual governo. Apesar das diferenças políticas, os dois dizem que o trabalho em parceria é a solução, mas o resultado virá a médio e a longo prazo.
Para Fonseca, a saúde pública em Mato Grosso do Sul foi deixada de lado nos últimos 15 anos e agora o governo está tendo a oportunidade de obter êxito na reestruturação do sistema. “Essa situação faz com que os municípios encaminhem seus pacientes para a Capital, quando teria a responsabilidade de assistir as 17 cidades do entorno”, explica.
Para Ivandro, a melhoria no atendimento deve acontecer com a estruturação dos pólos regionais de saúde, projeto que vem sendo desenvolvido pelo atual governo estadual, por meio da Caravana da Saúde. Nelson Tavares revela que a meta do governo é conseguir viabilizar os pólos regionais no interior para desafogar a Capital. “Se conseguíssemos pelo menos 20 hospitais de referência em todo o Estado já resolveria nosso problema”, comentou.
Ivandro diz que o governo do Estado tem a oportunidade de mudar a atual realidade e admite que, até o momento, o que está sendo feito é algo positivo e destaca o fato do atendimento da demanda reprimida das cirurgias eletivas, por meio das Caravanas daSaúde. Para ele, é fundamental que o governo melhore a estrutura hospitalar nos pólos regionais, condição para reduzir a demanda na assistência hospitalar na Capital.
Ele reclama que o Estado não investe nem 5% do custo total para ajudar nas despesas com o atendimento na rede pública da Capital para possibilitar melhor estruturação da unidades. “Nós queremos atuar em parceria, desde que o Estado possa investir na área”, comenta Ivandro Fonseca, que diz receber cerca de 30 ônibus do interior diariamente com pacientes que procuram atendimento na Capital.
VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES DA SAÚDE
A valorização do servidor está entre os principais objetivos do candidato do PSD à Prefeitura de Campo Grande, Marquinhos Trad. Ele acredita que o investimento em qualificação e remuneração vai melhorar a autoestima dos funcionários e garantir atendimento humanizado.
“O servidor anda desmotivado, alguns até doentes tamanha é a pressão que enfrentam nas unidades de saúde da cidade. Queremos resgatar a autoestima deles, incentivá-los e dar remuneração justa. Tenho certeza que com isso o clima no trabalho será salutar e o atendimento irá melhorar”, ressaltou Marquinhos.
Entre as metas dele está a realização de concursos públicos e elaboração, aprovação e execução do Plano de Cargos e Carreiras, com garantia da participação do servidor no processo.
Além de um salário melhor, Marquinhos tem como objetivo priorizar a capacitação do servidor, garantindo treinamentos periódicos e promovendo um núcleo de educação permanentemente integrado e com expressiva atividade.
A capacitação terá como base investimento em treinamentos, cursos e capacitações profissionais em todas as áreas de atuação e para todas as categorias, tendo como enfoque o trabalho multidisciplinar e constante atualização e aprimoramento.
A especialização inclui medidas que visem a meritocracia e o estímulo à produção, dando reconhecimento aos profissionais que demonstrem assiduidade, produtividade e alcancem as metas elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela gestão municipal.
Marquinhos também vai procurar universidades visando um intercâmbio para o treinamento dos profissionais, o que possibilitará uma troca com os universitários.
Com o servidor motivado, Marquinhos vai reavaliar e reestruturar o organograma da Secretaria Municipal de Saúde em conjunto com os próprios trabalhadores, tornando o serviço mais eficiente e menos burocrático.