A reprovação, pela Câmara Municipal, do reajuste de 9,57% para os servidores municipais de Campo Grande não foi exatamente pelo percentual. É que vereadores descobriram que apenas uma minoria teria esse aumento em maio. Para quase 20 mil servidores, a maior parte (6%) viria só em dezembro. “Isso caracteriza um vício dentro da lei”, classificou o presidente da casa, João Rocha (PSDB).
O prefeito, Alcides Bernal (PP), acusa os vereadores de fazerem politicagem ao não votarem o projeto de reajuste do funcionalismo municipal. João Rocha (PSDB) disse parecer que o chefe do Executivo agiu de má-fé para culpar os parlamentares da não aprovação do projeto, que foi mal negociado com os servidores.
Bernal bateu o pé e, desde seu retorno ao cargo, em agosto passado, não escolheu um vereador para exercer sua liderança na Câmara Municipal. O líder é o parlamentar responsável para dialogar com os demais vereadores e viabilizar, no Legislativo, os projetos enviados pelo Executivo.
Sem essa pessoa, o prefeito sentiu dificuldade de aceitação de algumas matérias, além de ter sucessivos vetos derrubados. Ontem, ele reclamou de pelo menos dois projetos considerados importantes que haviam sido rejeitados pela mesa diretora da Câmara.
O Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais) reclama que Bernal estaria usando os polêmicos convênios com a Omep e Seleta para substituir administrativos da educação que estão em greve. “Ele não dá aumento, mas gasta por fora”, disse uma das lideranças. Na escola municipal do bairro Rita Vieira, funcionários informaram que duas merendeiras grevistas serão substituídas.