A adolescente de 16 anos que está gravida, de aproximadamente sete meses, de um padre afirmou à Polícia Civil que 'estava apaixonada' pelo religioso Jocerlei José Tavares, da Paróquia Santa Rita de Cássia, do bairro Universitário, em Campo Grande. Ela chegou a registrar boletim de ocorrência, por suposto abuso sexual no mês de fevereiro, mas depois afirmou que o ato foi consentido e não sofreu ameaças.
A mãe da garota disse para a polícia que a família frequentava a Igreja Católica do bairro e que a filha foi coroinha nas missas que o padre Jocerlei ministrava.
Conforme o boletim de ocorrência, registrado pela jovem e a família no dia 21 de setembro, a mãe da garota, de 38 anos, disse que a filha estava com os pés inchados e com a barriga muito grande; porém, a família acreditava que ela estava com problema renal, e a garota foi encaminhada para a Santa Casa.
Antes de entrar na sala de consulta, a garota disse à mãe que havia sido violentada sexualmente por um homem, 'que usava capacete'. Elas foram encaminhadas então para a assistente social, que orientou a familia a acionar a polícia. Após quatro dias, mãe e filha foram até a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde a vítima sustentava a versão de que um homem de capacete havia cometido o abuso sexual e que iria chegar em casa e relatar para a mãe quem seria o suposto agressor sexual.
Ao chegar em casa, a mãe e mais dois irmãos da vítima começaram a perguntar para a jovem quem havia cometido o abuso sexual. Após insistência, a garota relatou que era uma pessoa próxima a família, e que frequentava a igreja.
A irmã da garota pronunciou o nome do padre Jocerlei e a vítima confirmou. Para a polícia, a vítima relata que não foi ameaçada por Jocerlei e que era apaixonada por ele. A irmã da garota também relatou para a mãe que o padre mandou uma mensagem pelo whatsapp da jovem, pedindo uma fotografia dela, que não foi enviada.
A garota disse à polícia que frequentava somente a escola e Igreja, e que o relacionamento amoroso ocorreu entre fevereiro e março, tendo mantido relações sexuais durante várias vezes. Ela estava nervosa, conforme a polícia, e não explicou o local que encontrava o padre, alegando ser virgem antes do relacionamento. O caso está sendo investigado pela Depca.
Jocirlei foi afastado da Igreja; até então exercia as funções de Vigário Paroquial da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Campo Grande. A Arquidiocese de Campo Grande publicou uma nota de esclarecimentos na data de ontem (28), assinada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Dimas Lara Barbosa, explicando que o padre irá prestar esclarecimentos para a polícia e vai oferecer assistência à jovem e ao bebê.
Afastado, padre admite "erro de conduta"
A reportagem entrou em contato com Jocerlei, que se recusou a responder aos questionamentos relacionados ao caso. "Já me pronunciei na arquidiocese e à polícia, já está tudo encaminhado. Não vou falar com a mídia, porque ninguém está interessado em saber de verdade o que aconteceu, mas sim, em escândalo. Foi um erro de minha conduta, não um crime", declarou, por telefone. O padre afastado também não quis dizer se está em Campo Grande ou viajando, como alegou a paróquia.