O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e pelo menos outros cinco dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia da Suíça em uma operação surpresa na madrugada desta quarta-feira, em Zurique. As detenções aconteceram a pedido da Justiça americana, que investiga os cartolas por envolvimento em um esquema de suborno na entidade que já duraria mais de duas décadas. Os dirigentes devem ser extraditados para os Estados Unidos.
As prisões aconteceram no luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, onde os cartolas estavam reunidos para a eleição da entidade, marcada para esta sexta-feira. Os agentes responsáveis pela operação chegaram ao durante a madrugada, vestidos com trajes civis. Após apresentaram as ordens judiciais, receberam as chaves dos quartos e conduziram as detenções.
A operação teve como alvo principalmente dirigentes da América Latina. "As autoridades dos Estados Unidos suspeitam que (os cartolas) receberam propina no valor de milhões de dólares", assinalou o Ministério da Justiça da Suíça em comunicado. Os dirigentes são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção através do qual "delegados da Fifa e outros de organizações dependentes receberam propinas e comissões – de representantes de meios de comunicação e de empresas de marketing esportivo – que somam mais de 100 milhões de dólares", segundo o Ministério suíço. Em troca, os agentes corruptores "recebiam direitos midiáticos, de publicidade e patrocínio em torneios de futebol na América Latina".
Segundo o pedido de detenção da Justiça dos Estados Unidos, os pagamentos de suborno foram realizados através de bancos americanos. O acordo e os preparativos para a realização da operação surpresa foram feitos nos Estados Unidos. A sede da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), em Miami, também foi alvo de buscas.
Copa do Mundo – Além das detenções feitas a pedido dos EUA, a procuradoria-geral da Suíça também abriu uma investigação para apurar má conduta e lavagem de dinheiro relacionadas ao processo de escolha das sedes da Copa do Mundo de futebol em 2018 e 2022. Os países eleitos para sediar as competições nesses anos foram Rússia e Catar. O Ministério Público suíço também apreendeu documentos e dados eletrônicos na sede da Fifa. Arquivos e documentos bancários serão usados no inquérito tanto na Suíça quanto no exterior, disse em nota o órgão.
(Com agência EFE)