Após um turbilhão de denúncias e investigações através de operações policiais, envolvendo nome de políticos em Mato Grosso do Sul, os eleitores demonstram que estão repudiando assuntos ligados à classe na Capital.
Questionados sobre a expectativa para as eleições deste ano, que deve eleger vereadores e prefeito, os campo-grandenses demonstram indignação e afirmam que preferem não opinar, mesmo próximo do período eleitoral. A maioria destaca que não gosta de falar sobre o assunto por não ver possibilidade de mudanças, já que muitos casos de corrupção vieram à tona.
O aposentado Antônio José Pereira, 80 anos, afirma que gostaria que a classe de vereadores fosse excluída. "A política virou uma anarquia, casa dos lalaus, do jeito que está, fica difícil falar alguma coisa sobre política. Era bom se não tivesse vereadores, só dão despesa e não fazem nada de bom para município".
Antônio diz que o correto seria utilizar o dinheiro investido no salário dos vereadores para resolver os problemas da Capital. "Se pegasse o salário deles e investisse na educação, na saúde, se encaminhasse esse dinheiro para os doentes, daí sim teríamos possibilidade de viver melhor".
O corretor de imóveis Gualter Junior, 26 anos, ressalta que os escândalos envolvendo a classe política deixam a população com dúvida na hora de votar e garante que ainda não escolheu um candidato. “Vejo que essa questão está ruim de forma geral, a maioria das pessoas deixou de acreditar nos políticos. Alguns até tentam ficar fora da corrupção, mas ao ser eleito, acaba se corrompendo”.
Gualter defende que o correto seria não existir reeleição. "Eu acho que deveriam proibir reeleição, deveria ser algo que as pessoas fazem por amor e não virar uma profissão cobiçada onde o que interessa é o pagamento que recebem".
Questionado sobre um abaixo-assinado que solicita a redução do salário dos vereadores, o jovem ressalta que este seria o modo correto de efetuar o pagamento de cada parlamentar. "Eles tinham que ganhar por escolaridade e não como ganham hoje. O certo seria isso e não deveria ter direito a reeleição".
A dona de casa Aldair Aparecida Ribeiro, 42 anos, diz que deixou de acreditar na classe política e garante que não pretende votar em candidatos que já cumpriram mandado parlamentar. "Não tenho candidato e eu acho que a política virou uma vergonha, eu mesmo, não voto em nenhum dos candidatos que já foram vereadores, eles não fizeram e nem vão fazer a diferença se entrarem de novo, então chega", desabafa Aldair.
PREFEITO
Outro que terá muita dificuldade em sua candidatura a reeleição, é o atual prefeito da Capital, o "reconduzido" Alcides Bernal. Em momento de intensa crise e com Campo Grande tomada por crateras nas ruas e denúncias de falta de merenda nas escolas. Além disso, Bernal é alvo de processo na Justiça, além de contar com o apoio de somente dois partidos, o inexpressivo PTC e seu partido o PP.