Dificuldade em tomar decisões? Use seus “valores” como bússola

Passar mais tempo com os filhos ou aumentar a renda? Continuar no mesmo emprego ou arriscar-se em um negócio próprio? Ir até um restaurante ou ficar em casa para economizar. Decidir, mesmo sobre situações mais simples do cotidiano, nem sempre é tarefa fácil. A dica da psicóloga Céres Mota Duarte para evitar arrependimentos é “escolher o que tem mais valor e não o que traz mais benefícios”.

Em outras palavras, Céres explica que o indivíduo precisa ter claro quais aspectos da vida são prioridade para ele. Para alguns, ter o “carro do ano” é algo muito importante, outros não abrem mão de almoçar com a família, existem os que querem conhecer o mundo e ainda aqueles que tentam conciliar várias coisas, por exemplo. São “valores” que mudam conforme a pessoa.

AS ESCOLHAS

Vânia Cristina da Silva, de 37 anos, trabalhou durante dez anos no departamento de recursos humanos de uma empresa, mas decidiu pedir demissão para abrir o próprio negócio. A decisão foi motivada pela possibilidade de passar mais tempo com o filho. “Foi difícil, mas não me arrependo”, diz.

Ela afirma que, apesar das dificuldades enfrentadas nesse período de crise financeira, tenta “se manter firme e continuar no sonho”, especialmente porque agora é ela quem faz a própria jornada de trabalho. “Quando falei para o meu filho que passaria mais tempo em casa, ele pulou de alegria. Hoje a gente faz tarefa junto, estuda para as provas dele. Não que eu não fizesse isso antes, mas agora é com mais qualidade”, comemora.

Aos 18 anos,  Larissa Corrêa teve de decidir entre continuar morando com os pais na cidade de Bodoquena (MS), onde nasceu, ou se mudar para Campo Grande para estudar. Apesar de ser uma escolha comum entre jovens nessa faixa etária, ela conta não ter sido fácil.

Hoje, com 23 anos, e no 9º semestre do curso de Direito, ela declara que “valeu a pena! Me formo esse ano e posso até voltar pra lá. O melhor de tudo é que, se voltar, será com uma ótima formação”,diz.

CÉREBRO TRABALHANDO

Céres pontua que, em meio a duas ou mais possibilidades, o cérebro dá início ao processo de “tomada de decisão” fazendo uma varredura no hipocampo, estrutura com atuação na memória de longo prazo, em busca de experiências anteriores que possam auxiliar na escolha do “caminho certo”.

“De maneira geral, as pessoas são reflexivas ou impulsivas, mas isso não quer dizer que a pessoa vá agir sempre da mesma forma”. Como o próprio nome sugere, as pessoas reflexivas ponderam mais sobre as possibilidades enquanto o outro grupo se arrisca mais.

As experiências anteriores vivenciadas pela pessoa são pistas usadas pelo cérebro para indicar o que fazer. Autoestima,  autoeficácia e autoconhecimento  também fazem parte deste processo.

Autoestima, segundo a psicóloga, é a avaliação positiva ou negativa que a pessoa faz de si mesma. Autoeficácia tem relação com o quanto a pessoa acredita ser capaz de realizar determinada atividade. O autoconhecimento é saber sobre as próprias características, inclinações e sentimentos. 

Céres pontua que elencar as questões sobre as quais será necessário decidir, classificando por ordem de importância é sempre muito útil. “Ás vezes são coisas emocionais ou ás vezes materiais. Os valores são a bússola do bem estar da pessoa”, finaliza a psicóloga 

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