Mesmo após três encontros sem acordo entre a prefeitura e os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), e com uma quarta reunião já marcada, a categoria diz esperar a resposta do prefeito Alcides Bernal (PP) e sequer cogita a possibilidade de novos protestos. É o chamado 'efeito Bernal', já que, na antiga administração, os professores não cansaram de realizar manifestações, inclusive no Paço Municipal e Câmara.
"O prefeito marcou um encontro para o próximo dia 10 de novembro e vamos esperar a resposta. Por enquanto, não vamos fazer protestos, apenas faremos uma assembleia com a categoria para discutir o que está acontecendo", comentou o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves.
O ano de 2015 foi marcado por greves, uma delas a dos professores, que durou 77 dias. Mesmo voltando para as salas de aula, eles ainda lutam pelo reajuste de 13,01%. No tempo de paralisação, enquanto Gilmar Olarte ainda estava a frente da prefeitura, os educadores fizeram diversas manifestações em frente à prefeitura, na Câmara Municipal e chegaram a fazer passeatas pelas principais ruas e avenidas da Capital.
Mas agora, com Alcides Bernal a frente do município, os professores ainda não fizeram nenhum protesto, apenas estão se reunindo com o atual chefe do executivo. Ele, já indo para o quarto encontro com a categoria, até o momento não apresentou nenhuma solução para o tão sonhado reajuste salarial.
Paralisação
Durante a paralisação deste ano, o sindicato e a prefeitura tentaram negociar o fim da greve, mas os professores não aceitaram nenhuma proposta. No dia 27 de maio deste ano, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que pelo menos 66% dos professores em greve voltassem ao trabalho. Em caso de descumprimento, foi determinada uma multa de R$ 50 mil na época.
Em 25 de junho, o TJ concedeu liminar à prefeitura para que os professores do município não realizarem protestos em ruas próximas ao Paço Municipal. Na ação, o município pediu à Justiça que determinasse à ACP distância, pelo menos, 200 metros de prédios públicos, sem bloquear vias públicas e promover “apitaço”, “panelaço”, panfletagens e fixação de cartazes.
Durante as férias escolares de julho, a categoria suspendeu a greve, que foi retomada logo após o término e após 77 dias, os professores decidiram encerrar a greve da categoria em assembleia no fim da tarde do dia 24 de agosto.