Delegado alerta que divulgar imagens de mortos nas redes sociais é crime

Uma ‘moda’ nos dias de hoje, divulgar imagens de pessoas mortas nas redes sociais é crime. Em entrevista exclusiva ao Nova News, o delegado regional da Polícia Civil, André Luiz Novelli Lopes, faz um alerta para a prática ser banida devida às sanções que poderão ser aplicadas a quem comete o ato.

Voltando a chamar a atenção da reportagem, dias atrás a mesma situação ocorreu após o acidente fatal que vitimou o motorista de um Van na rodovia MS-276, próximo à Nova Andradina, após colidir com uma carreta. Como pôde ser notado, várias pessoas se utilizaram de seus aparelhos celulares para registrar a lamentável cena.

Quando uma pessoa morre, segundo Novelli, o mínimo que deve haver é respeito. “Trata-se de uma conduta inaceitável que fere princípios morais e além do mais é um crime. Tal prática em incide em conduta criminal previsto no Código Penal como vilipêndio de cadáver que prevê multa de 1 a 3 meses, além de pagamento de multa. Embora seja um crime de menor potencial ofensivo, o alerta é ter respeito com os mortos”, pontuou o delegado.

Independente do cunho penal, o delegado detalha que em várias circunstâncias as vítimas se encontram desnudadas em um local de morte violenta. “Ninguém quer ver um ente familiar naquelas circunstâncias. A imagem que as pessoas querem guardar é uma imagem bonita, tanto que porque existe a preparação dos corpos por meios das funerárias para suavizar o impacto que uma morte violenta traz”, expôs Novelli.

Do ponto de vista de Novelli, "a velocidade da comunicação nas redes sociais e aplicativos vem ocasionando, nos dias de hoje, o que até podemos chamar de um TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) em fotografar e até filmar uma vítima de morte violenta, e posteriormente ficarem difundindo isso como se fosse algo normal. Pelo que se nota, a falta de respeito chegou a um nível de insensibilidade muito grande com o próximo que passa dos limites morais de um ser humano. Recomendamos em primeiro lugar que tal prática não seja feita por questões morais e, em segundo, porque quem o fez será responsabilizado por isso”, explica.

O delegado ainda alerta que não apenas a primeira pessoa que registrou e fez a divulgação inicial é que será penalizado. Quem compartilha também será punido. “Se alguém receber alguma imagem ou vídeo que conote a exposição de uma pessoa forma, a orientação é deletar imediatamente e não passar para a frente”, orienta Novelli.

Questionado ao fim da entrevista sobre um caso semelhante envolvendo a adolescente de 15 anos que se suicidou recentemente em Nova Andradina, Novelli detalhou que a Polícia Civil segue apurando a origem do vazamento das fotos em que a vítima aparecia morta na própria cena do crime. “Não podemos admitir que situações como essa ocorram e vamos tomar todas as medidas cabíveis quanto ao caso. Além do mais, trata-se de uma prática que atrapalha o trabalho policial na preservação do local do crime”, salientou.

Sanções no trânsito

Basta um acidente acontecer para se formar longas filas de carros e muitos motoristas utilizarem aparelhos celulares para fotografar e até filmar o acidente. Tirar foto de cadáver é crime e divulga-lo na internet também é crime.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, quando as pessoas param para filmar e fotografar o acidente atrapalham o atendimento do resgate e em caso de morte o trabalho dos peritos além do trabalho da própria PRF que tem que elaborar um boletim do acidente.

Ainda segundo a PRF se o motorista estacionar em uma das faixas pode perder 7 pontos na carteira e levar multa de R$ 191,54, a infração é considerada gravíssima. Se ele fica parado na pista perde 5 pontos, pode pagar multa de R$ 127 pela infração que é considerada grave.

Também é considerada infração o ato de estacionar no acostamento, a ação rende 3 pontos na carteira e multa de R$ 54.

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