Debaixo de lona, moradores se revoltam com contas de luz acima de R$ 300

Os moradores da ex-favela Cidade de Deus, que agora residem no bairro Vespasiano Martins, estão revoltados e acreditam que estão sendo 'lesados' na conta de energia e pela prefeitura de Campo Grande. Eles que receberam duas contas com valores considerados 'exorbitantes'.
 
A dona de casa Brenda Lili, 41 anos, recebeu uma conta de energia no valor de R$ 224 referente ao consumo do mês de abril e destaca que possui, dentro do barraco de lona, apenas uma geladeira, uma lâmpada e uma televisão.
 
 "Eu não tenho como pagar uma conta com um valor que eu jamais consumi. Eu não gasto tudo isso de energia, eu não tenho nada que consome tanta energia assim. Moro com meu filho e minha mãe, vivemos aqui de doação, não tenho a mínima condição de arcar com essa dívida", explica a moradora.
 
Brenda faz questão de mostrar a segunda conta, no valor de R$ 120,00. "Com certeza eu consumo o valor mínimo, não temos chuveiro elétrico, não temos nada que consuma energia. A questão é que eu não tenho como pagar, assim como os outros moradores e vou ficar com a luz cortada".
 
O líder dos moradores, Kligiomar Rodrigues, 31 anos, afirmou que o prefeito Alcides Bernal (PP) garantiu que durante três meses, enquanto as casas estão sendo construídas,  os moradores não seriam cobradas pela taxa de energia. "Ele se comprometeu com a gente e não cumpriu. Concordamos sim em pagar energia, mas desde que seja o valor justo e não esses absurdos que chegaram na casa dos moradores".
 
Kligiomar ressalta que possui uma televisão, uma geladeira e uma lâmpada dentro do barraco de lona e mesmo tendo poucos eletrodomésticos, recebeu uma conta de R$ 224 . "Eu tenho hoje um bico de saída de luz, imagina quando ficar pronta a casa, que tem sete bicos, deve chegar contas no valor de R$ 800 R$ 1.000.

Para Kligiomar, a Energisa está acrescentando valores na conta de luz enquanto um poste de iluminação pública está aceso há seis semanas, o que pode estar gerando prejuízo aos cofres públicos. "Tem seis semanas que o poste está acesso direto, será que é ali que está sendo feito o cálculo de cada morador. Porque pelo valor, eles estão se baseando em gastos que não tivemos e aquilo ali acesso, fica gastando a cada minuto".

A esposa de Kligiomar, Mariana Gonçalves, 24 anos, explica que uma reunião com o prefeito será realizada no dia 8 de junho e os moradores pretendem fretar um ônibus e levar todas as contas de energias com valores altos, para que Bernal tome providências. Conforme Mariana, os moradores da Vila Nâsser, Vespasiano Martins, Canguru e Parque do Sol estarão presentes no encontro.
 
"Ele havia agendado esse encontro com a gente e vamos levar todas as contas para que ele veja e tome providências. Não podemos ser enganados assim, não temos esse gasto", destaca a dona de casa.
 
Mariana afirma que um advogado impetrou uma ação judicial para que providências sejam tomadas. "Entramos judicialmente e agora queremos uma solução. Vamos falar com o prefeito e pedir uma solução para o caso, o que não podemos é pagar um valor que não gastamos".

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