CPI confirma depoimento de Vaccari para o dia 9

PSDB e PMDB se juntaram para impor ao PT a antecipação do depoimento do tesoureiro petista João Vaccari Neto à CPI da Petrobras. Inicialmente prevista para 23 de abril, a inquirição foi antecipada para o dia 9, quinta-feira da semana que vem, a três dias dos protestos anti-Dilma convocados por meio das redes sociais.

A parceria tucano-peemedebista foi consumada em três atos. Primeiro, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) combinou a data de 23 de abril com o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ). O segundo ato foi protagonizado pelo vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy. Deu-se na última terça-feira.

O presidente Motta viajara para a Itália. O vice-presidente Imbassahy assumiu interinamente o comando da CPI. E aproveitou-se da interinidade para anunciar, ao final da sessão de terça, que decidira marcar a oitiva de Vaccari para o dia 9. O relator petista Luiz Sérgio reclamou. Mas Imbassahy deu de ombros.

Nesta quinta-feira (2), o viajante Motta protagonizou o terceiro ato. Em comunicado veiculado via Facebook, ratificou a decisão do número 2 da CPI. Anotou: “Manterei o cronograma estabelecido pelo presidente em exercício, Imbassahy, acreditando que Vaccari virá em uma boa hora para a CPI e terá a oportunidade de esclarecer as diversas acusações feitas…”

Acusado por delatores da Operação Lava Jato de receber propinas provenientes da Petrobras em nome do PT, Vaccari vem negando tudo. Referendado pelo partido, o tesoureiro alega que recebeu apenas doações legais. Os membros da força-tarefa que esquadrinha a Petrobras sustentam que parte das supostas doações registradas na Justiça Eleitoral tem origem suja.

É improvável que Vaccari mude a versão petista até a próxima quinta-feira. Mas sua presença na CPI tem todos os ingredientes de uma cena constrangedora. Mantendo a alegação de inocência, o tesoureiro será desancado pelos oposicionistas. Mesmo invocando seu direito ao silêncio, não se livrará de cinco ou seis horas de uma dura inquirição.

Hugo Motta é vinculado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Enquanto ajuda a levar Vaccari aos holofotes, opera para manter à sombra Fernando ‘Baiano’ Soares, o operador do PMDB na petrorroubalheira. O PSDB não reclama. E o PT, isolado, não tem forças para reagir.

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