As famílias de Taylon Rodrigo Altieri Santana, 11 anos, e Gabriel Olympio R. dos Santos, 14 anos, aguardavam há 24 horas pela liberação e a informação que haviam recebido era de que o perito médico legista responsável iria examiná-los só após às 18h.
A tragédia ocorreu por volta das 15h de ontem. Os corpos foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para perícia – o menino mais novo no fim da tarde de ontem, e o outro hoje pela manhã, quando equipes retomaram as buscas.
Ocorre que, segundo a família de Taylon, o perito médico legista da Unidade Regional de Perícia e Identificação de Paranaíba, Pedro Eurico Salgueiro, afirmou que só iria examiná-los no fim da tarde, após cumprir plantão no hospital.
"Isso é negligência, um absurdo. Meu filho foi resgatado ontem à noite, depois foi levado para um quartinho. Passou a noite lá, sujo, jogado e agora querem que a gente vele ele por só uma hora. Estão tratando crianças como animais, já não basta a dor que estamo sentindo?", disse a mãe de Taylon, dona de casa Zilda Fatima, 31 anos.
Devido ao estágio de putrefação dos cadáveres, caso não fossem liberados logo, os dois meninos seriam velados com caixão fechado.
"Isso não é justo com a gente. Além de perder meu filho por falta de responsabilidade da prefeitura que deixou aquela vala aberta, sem nenhuma sinalização ou segurança, não vou poder me despedir dele", lamentou a mãe.
Como o pedido de exame necroscópico é feito pela Polícia Civil, a reportagem ligou para a delegacia regional de Paranaíba. O delegado Wallace Martins Borges se comprometeu a contactar o perito e pedir prioridade no caso. Os corpos foram liberados menos de meia hora depois.
