Condenado por tráfico, brasileiro é executado na Indonésia

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado neste sábado na Indonésia, depois de passar mais de uma década no corredor da morte. Condenado em 2004 por tráfico de drogas, o brasileiro teve negados os dois pedidos de clemência a que tinha direito. É a primeira vez que um brasileiro condenado à pena capital é executado no exterior.

A execução foi levada a cabo às 16h (1h de domingo na Indonésia). Além do brasileiro, um holandês, um nigeriano, um malauiano, uma vietnamita e uma indonésia enfrentaram o pelotão de fuzilamento. 

A presidente Dilma Rousseff telefonou na sexta-feira para o presidente Joko Widodo para fazer um apelo pessoal em favor de Moreira, mas ouviu um ‘não’ como resposta. O governo brasileiro também pediu que o papa Francisco intercedesse e, em uma derradeira tentativa de dissuadir o governo indonésio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao chefe do Ministério Público local uma solicitação de adiamento da execução. Várias organizações internacionais de defesa dos direitos humanos também se manifestaram contra a decisão da Indonésia.
No início da semana, o brasileiro falou a respeito de sua situação com o cineasta Marco Prado, que está fazendo um documentário sobre a história do amigo, mas ainda não sabe se vai concluir o material. Prado publicou o depoimento na internet: “Estou ciente de que cometi um erro gravíssimo, mas mereço mais uma chance, porque todo mundo erra”, disse Moreira.

“Meu sonho é sair daqui, voltar para o Brasil e expor meu problema para os jovens que estão pensando em se envolver com drogas (…) Quero voltar para o meu país, pedir perdão a toda a minha nação e ensinar para os jovens que a droga só leva a dois caminhos: ou à prisão ou à morte”, acrescentou o brasileiro. O carioca foi preso em 2003, ao tentar entrar no país com 13,4 quilos de cocaína. A sentença de morte foi anunciada no ano seguinte. Sem filhos e com os pais mortos, somente uma tia do brasileiro acompanhou de perto o caso.
 

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