O artista plástico Roberto Luis de Albuquerque, de 58 anos, decidiu conhecer a filha, que tinha 1 ano de idade, quando escolheu deixar tudo para trás em Pernambuco e viajar o mundo, há 30 anos. Nesse meio tempo, ele se tornou dependente químico e por muitos anos morou nas ruas deCorumbá, município distante 415 quilômetros de Campo Grande.
“Eu sempre tive isso comigo, desde pequeno eu sumia de casa, acampar sozinho, sair viajando. Quando eu vi já tinha passado 30 anos”, disse Albuquerque. O artista plástico resolveu, há três meses, procurar ajuda e tratamento em uma associação de assistência para usuários de drogas.
O artista já estava desistindo de reencontrar os parentes. Mas, graças a ajuda da amiga Luciene Marques de Oliveira e as redes sociais, Albuquerque começou a ter esperança. “Eu fiquei surpresa, porque tanto tempo que eu o conheço não sabia que ele tinha família”, contou a amiga.
Ainda segundo Luciene, a família acreditava que Roberto estava morto. Depois de localizar a filha através das redes sociais, Gabriela de Albuquerque não aguentou esperar mais e comprou uma passagem para Corumbá para conhecer o pai.
Ansioso, Roberto aguardou a chegada do ônibus da filha na rodoviária. No dia do encontro, a única informação do pai era de que a filha estava vestida com roupa amarela. No primeiro contato, pai e filha se abraçaram em silêncio.
"Não tem palavras", resumiu a filha Gabriela. “Isso resume todo o tempo. O agora cobriu o passado”, afirmou o artista plástico depois de um longo abraço na filha.