Casa da Mulher Brasileira atendeu 278 casos em duas semanas em MS

Inaugurada há duas semanas em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira já realizou 278 atendimentos às vítimas de violência. De segunda-feira (16) até esta terça-feira (17), foram atendidas mais de dez mulheres.

No período, foram 32 casos encaminhados para a Defensoria Pública, 133 atendimentos psicosociais, oito casos encaminhados para um Centro de Referência e Assistência Social (Cras) e quatro mulheres foram encaminhadas para Fundação Social do Trabalho (Funsat), entre diversos serviços prestados.

No local, as mulheres sul-mato-grossenses recebem atendimento humanizado e integrado, da Polícia Civil através da Delegacia Especializada de Atendimento às Mulheres (Deam), Juizado Criminal, Defensoria Pública e Promotoria do Ministério Público.

Além desses serviços, as vítimas podem usar o alojamento se não desejarem voltar para casa. Nesta terça-feira, o ambiente estava vazio. Mas, essa aparente tranquilidade revela uma situação complexa, de tratar os traumas e reconstruir as vidas das mulheres.

Para a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liz Derzi de Matos, a possibilidade de aumento de casos de violência depois do carnaval é preocupante. "Estamos preparados para atender. Muitas vezes o número vai ser grande, vão ter muitas vítimas e denúncias", afirmou.

Projeto
Com investimentos de R$ 18,1 milhões da União, a Casa da Mulher Brasileira tem capacidade de atendimento diário de cerca de 200 mulheres, tendo uma equipe multidisciplinar de cerca de 150 profissionais.

Dez recepcionistas fazem o acolhimento e triagem às mulheres vítimas de violência. Além disso, equipes multidisciplinares de psicólogos e assistentes sociais também atuam no local.

Uma central de transportes também funcionará na Casa, para levar vítimas para atendimento em hospitais e exames no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IML).

Inauguração
O prédio foi inaugurado e aberto ao público em 3 de fevereiro. A presidente da República Dilma Rousseff (PT) participou da solenidade de inauguração.

Também estiveram presentes a ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Eleonora Menicucci, e a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.

Dilma chegou à Campo Grande por volta das 9h (de MS) e conheceu as instalações do local. A presidente afirmou que Mato Grosso do Sulnão será mais um estado reconhecido pelos altos índices de violência contra a mulher.

Durante seu discurso, ela destacou ainda que "o combate à violência contra a mulher também significa o reconhecimento do papel e da importância da mulher na sociedade".

Dilma finalizou sua fala com um trecho de uma poesia do escritor sul-mato-grossense Manoel de Barros. "Que a palavra parede não seja símbolo de obstáculos à liberdade", disse ela ao se referir à Casa da Mulher Brasileira.

O descerramento da placa de inauguração foi feito pela presidente, junto com Maria da Penha, personalidade que se tornou símbolo da luta contra a violência contra a mulher no país.

Gestão compartilhada
A casa tem gestão compartilhada entre União, Estado e Município. A gestão administrativa ficou a cargo do município, segundo Liz, e o objetivo, conforme ele, é combater a violência demonstrada em estatísticas e fazer de Mato Grosso do Sul referência do enfrentamento à violência no país.

A Casa da Mulher Brasileira fica na rua Brasília, no Jardim Imá, perto do Aeroporto Internacional de Campo Grande. São 3.700 m² de edificação em um terreno de 12 mil m² e, segundo dados do Governo Federal, o custo da obra e dos móveis e equipamentos que serão utilizados é de R$ 9 milhões.

No local também funciona uma brinquedoteca, para onde são levadas crianças filhas das vítimas da violência doméstica, durante o tempo em que estiverem recebendo atendimento.

Patrulha Maria da Penha
Além dos serviços de atendimento e acolhimento, que são oferecidos à mulheres vítimas de violência, foi implantada a Patrulha Maria da Penha como forma de prevenção à violência.

A atuação da patrulha é vista como ação de prevenção. Segundo a secretária, a patrulha terá ponto de apoio dentro da Casa e será para atender mulheres com medidas protetivas.

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