Casa busca diminuir estatísticas, mas vocação está na segurança à s mulheres

Inaugurada na manhã desta terça-feira (3) em Campo Grande pela presidenta Dilma Rousseff e pelo governador Reinaldo Azambuja, a Casa da Mulher Brasileira tem um desafio urgente: diminuir estatísticas que revelam de forma fria o sofrimento de cada mulher vítima de violência no Estado e garantir a segurança do abrigo, justiça e recomeço.
 
Com capacidade para atender até 250 pessoas por dia em 3,7 mil metros quadrados e contando com serviços de saúde e de apoio psicossocial, de justiça e segurança pública e de promoção financeira, a Casa da Mulher Brasileira aberta em Campo Grande é a primeira do Brasil. E não é para menos.
 
Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres apontam que Mato Grosso do Sul está em segundo lugar em estupros registrados: média de 48,7 casos por 100 mil habitantes, quando a média brasileira é de 26,1 ocorrências por 100 mil habitantes. Também apontam que o Estado está acima da média nacional quando o assunto é feminicídio: nossa taxa, de 6,44 por 100 mil habitantes, está acima da brasileira, de 5,82.
 
“Sei que os índices de violência em Mato Grosso do Sul são expressivos. Mas temos a oportunidade de servir como exemplo de acolhimento e apoio ao Brasil, mudando esses números que nos entristecem. Concretizamos aqui mais uma etapa na política de tolerância zero para esta antiga prática”, discursou Dilma Rousseff.
 
Apesar dos números que refletem de forma fria o sofrimento de milhares de mulheres, as prisões de agressores cresceram 354% na Capital nos últimos 4 anos. Das 150 prisões efetuadas em 2011 pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher para 518 prisões em 2014, sendo 435 em flagrante. Campo Grande é a capital que mais recebe denúncias pelo Disque 180, que resultaram em 3.245 inquéritos apenas em 2014. Ou seja, é possível mudar o quadro.
 
Segundo Dilma, a Casa da Mulher Brasileira irá diminuir os altos índices que revelam o problema social vivenciado pelo Estado e pelo país. Sua vocação, porém, também está na segurança oferecida, seja ela jurídica, econômica, psicológica. “Será acima de tudo um espaço de abrigo, de atendimento humano para as pessoas fragilizadas vitimas de violência apenas por serem mulheres”.
 
A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher funcionará 24 horas no novo espaço. As garantias judiciárias também ficam a cargo do juizado especial, da Defensoria Pública e do Ministério Público. E o recomeço dessas milhares de mulheres se dará por projetos de promoção de autonomia econômica e apoio psicossocial. Um número a menos nas estatísticas. Uma vida nova pela frente.
 
“Temos a obrigação, com o apoio dos poderes constituídos e dos entes governamentais, como o governo do Estado, de dar garantias de oportunidades, de acesso a emprego e melhor renda. Devemos ajudar as mulheres vítimas de violência a escolher um novo caminho, tendo apoio dos órgãos públicos e da sociedade. Nosso dever é assegurar que a mulher viva sem medo”, argumentou a presidenta.
 
Serviço: A Casa da Mulher Brasileira fica na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, em frente ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. O projeto faz parte do Programa Mulher: Viver sem Violência, lançado em 2013 pelo governo federal com adesão dos estados e municípios.

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