Capital referência em programas de DST/Aids recebe técnicos da ONU

Campo Grande sendo referência em programas de DST/Aids recebe nesta quarta-feira a visita de técnicos da ONU e do Ministério da Saúde para troca de experiências. Durante todo o dia de hoje (22), técnicos do ministério e representantes da UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) estarão acompanhando as ações do Programa DST/HIV/AIDS/Hepatites Virais desenvolvidos em parceria com a ONG Águia Morena na Capital. A intenção da visita, que começou as 8h30 no Conselho Estadual de Saúde, para verificar as experiências positivas nas ações que tiveram resultado na redução de danos às pessoas em contato com drogas e a Aids. 

De acordo com a oficial de Programa do Escritório do Unodc para o Brasil, Nara Santos, a idéia é conhecer de perto a experiência vivida em Campo Grande, participar da realidade da população em situação de rua e entender o desempenho das ações no município que tiveram resultado na redução de danos à essa população.

A presidente da ONG Águia Morena, Edna Flores de Araújo, explica a parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) existe há um ano e nesse período, foram realizados 438 testes em pessoas em situação de rua. “Nós localizamos, identificamos o usuário em contato com drogas e com o vírus e damos, então, início ao atendimento que tem como objetivo diminuir o impacto dessa situação dentro da sociedade, garantido os direitos humanos e atendendo aos princípios de humanização que o SUS (Sistema Único de Saúde) preconiza”, explica.

Segundo dados do levantamento realizado pelo Programa DST/HIV/AIDS/Hepatites Virais, em 2014 foram 237 pessoas atendidas pela rede pública e diagnosticadas com o vírus HIV/Aids. “O mais preocupante é que o vírus se trata de uma epidemia concentrada entre grupos de pessoas, e um desses grupos é o de pessoas em contato com drogas. Por isso precisamos reduzir esses riscos e infecção levando orientação e acesso à saúde, para as pessoas em situação de vulnerabilidade social”, explica Luciana Caetano Rocha, coordenadora do programa.

Luciana explica ainda que a intenção é, além de ser referência para outros estados e países, é realizar cada vez mais testes, diagnosticar ainda mais rápido e oferecer o tratamento e acolhimento necessário que o paciente necessita.

Unodc

O Brasil, como no Mato Grosso do Sul, é signatário da Unodc, que implementa medidas que refletem as três convenções internacionais de controle de drogas e as convenções contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção. O trabalho do UNODC está baseado em três grandes áreas: saúde, justiça e segurança pública.

O departamento tem focalizado 24 países prioritários para a redução da prevalência de HIV em pessoas em contato com drogas. O Brasil é um desses países. No entanto, apresenta situação diferenciada pelas drogas estimulantes que são consumidas no País.
 

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