A maioria afirmou não fazer o uso das diversas substâncias ‘estimulantes’, mas a afirmação é contestada por dois entrevistados que relatam que muitos dos motoristas devem recorrer a alguma droga para resistir dias no comando do volante.
Em depoimento a nossa equipe que optou por preservar a identidade dos profissionais, um deles disse ter ficado 56 horas diretas acordado na direção.
“Isso acontecia sempre. Eu saia de Campo Grande para Belém (PA) e tinha horário para cumprir. Como o produto era perecível, tinha que ‘botar’ para acelerar. O patrão cobrava também, se não desconta do frete né?!”, contou.
Ele cita que para dar conta da extensa jornada fazia uso de rebite diariamente. “Para aguentar toda noite eu tomava. Era o jeito”, comenta. A droga citada é bastante utilizada por profissionais no meio. Produzida em laboratório, geralmente a base de anfetamina, serve como estimulante.
O caminhoneiro conta que não há dificuldade para encontrar o entorpecente. “Em qualquer posto na beira da estrada encontra”, relatou.