Os moradores do bairro Indubrasil, em Campo Grande, reclamam que a linha do único ônibus que passa pela região, Núcleo Industrial- 413, não está mais trafegando nos pontos das ruas Jerônimo de Pimenta Freitas e Sarandi. O problema é com os buracos e lama na rua Reino Unido.
Juliano Gomes, 20 anos, mora na rua Taim e reclama do descaso da Prefeitura Municipal de Campo Grande ao retirar a linha de ônibus e não avisar os moradores. "A gente ficou sabendo que tinha mudado o trajeto do ônibus devido às crianças esperarem o ônibus para ir a escola. O ônibus nunca passava e teve criança que perdeu aula".
Na região, são quatro moradores cadeirantes distribuídos em 100 famílias, com cinco a sete pessoas em cada residência. O local é cercado por indústrias de grande porte. Mesmo assim, o Indubrasil não tem escola, rede de esgoto, supermercado, posto de saúde ou Ceinf (Centro de Educação Infantil).
Valdenison Vertelino, 59 anos, reclama que tem que andar quatro mil metros para chegar no novo ponto de ônibus. "Como vou conseguir chegar em outro bairro com essa cadeira de roda. Nesse chão com barro e lama. Não tem nem asfalto. Só cascalho. Aqui nem a linha de ônibus é asfaltada", relata.
A moradora Silvana Gonçalves, 50 anos, leva a neta de oito anos no ponto de ônibus para ir a Escola Estadual Professor Ulisses Serra. "Temos que acordar mais cedo e andar mais para levar a neta até o ônibus. Ficou ruim, agora o ônibus não entra mais no nosso bairro. Temos que deslocar para o bairro do lado no Inápolis.
O Ceinf está paralisado. "Temos muitas crianças no bairro. As mães precisam trabalhar e até hoje não terminaram o Ceinf. Somos esquecidos pelo poder público. O Ceinf mais próximo e no bairro São Tome, cita a dona de casa, Julia Lino.
Rosimari Silva, 40 anos, mostra o local em que o ônibus passava no Indubrasil. " O ônibus atolava nessas ruas. Esse foi o motivo que mudou para outro bairro. O motorista abria a porta no barro para a gente descer. Ou abria a porta dentro do mato para um cadeirante descer".