Bernal quer negociar piso dos professores só em 2017

Para o presidente do ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Nobre, “é descabido” o projeto de lei que prevê 2,79% de reajuste para todo o funcionalismo público e adia para 2017 a negociação sobre o pagamento do piso nacional do magistério aos professores que trabalharem 20 horas por semana, conforme prevê legislação municipal. Por conta disso, a greve na Reme (Rede Municipal de Ensino) está mantida.
 
A categoria sequer se reunirá para discutir o reajuste proposto e “cruzará os braços” na segunda-feira (2), quando vão fazer uma passeata até a frente do Paço Municipal. A proposta da prefeitura da Capital foi enviada para apreciação da Câmara Municipal no dia 27 de abril. O Executivo informou que protocolou os projetos de lei, nº 10 e nº 11, que estabelecem o reajuste para os servidores públicos municipais, “considerando a Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei 9.504/97, que regula o período eleitoral”.
 
No texto, a administração municipal estabelece que “até a primeira quinzena de fevereiro de 2017, proposta de revisão da remuneração dos profissionais de educação, para fins de adequação à lei 5.411/2014” será encaminhada. Ou seja, as negociações ficarão a cargo da próxima gestão, uma vez que o mandato de Alcides Bernal (PP) termina em dezembro deste ano.
 
Docentes pedem acréscimo de 24,37% nos salários, em parcelas “Nós não aceitamos, queremos o reconhecimento da lei. Isso é descabido, a lei de 2014 ficar para 2017. E esse reajuste de 2,79% é muito fora do que a gente quer. Nós não queremos reajuste, queremos equiparação do piso, o que não entra no cronograma eleitoral”, ressaltou Lucílio.
 
Esta é a segunda greve dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino Público) em menos de um ano. No ano passado, docentes ficaram quase 90 dias paralisados, também para pressionar o prefeito na época, Gilmar Olarte a cumprir a lei municipal que garante a equiparação do piso. A ACP quer o pagamento do acréscimo de 11,36% –percentual de aumento do piso nacional dado neste ano– em maio, data-base da categoria.
 
Para a equiparação, seria necessário o pagamento de mais 13,01% –referente ao reajuste que o mínimo nacional para o magistério teve em 2015– e a categoria propõe receber este valor em duas vezes, com a primeira parcela paga em maio e a segunda, em outubro deste ano. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que diante da situação, elaborou planos de atendimento aos estudantes da Reme.
 
Na segunda-feira, primeiro será feito o levantamento das escolas que serão afetadas com a greve. A secretaria tentará depois reorganizar escalas e horários dos professores que não aderiram à paralisação para que substituam os demais. 
 

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