Bernal não atende Sisem e administrativos da Reme entram em greve

Servidores administrativos da Educação de Campo Grande decidiram na noite desta quarta-feira (30) entrar em greve por tempo indeterminado. A medida, tomada em assembleia na sede do Sisem (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Capital) com cerca de 400 funcionários públicos, foi tomada diante da falta de resposta da administração do prefeito Alcides Bernal (PP) à proposta de reajuste encaminhada pela categoria.

A paralisação terá início já na manhã desta quinta-feira (31), quando, espera-se, de 70% a 80% das escolas municipais não contem mais com os servidores administrativos –responsáveis pelo gerenciamento das unidades de ensino, monitoria dos alunos e merenda, entre outras atividades. Com isso, diretores do Sisem já admitem que as aulas serão atingidas, senão imediatamente, nos próximos dias.

Às 9h, está prevista concentração dos administrativos da Educação no cruzamento da rua Bahia com a avenida Afonso Pena, de onde seguirão em caminhada até o Paço Municipal e realizarão ato em protesto às negativas de a prefeitura negociar as demandas.

“Vamos ficar em frente a Prefeitura até o meio-dia. Na sexta-feira [1º de abril] vamos acampar e oferecer almoço para os servidores”, afirmou o presidente do Sisem, Marcos Tabosa.

Os administrativos pedem, no mínimo, reajuste salarial de 15%, além de correções em benefícios como o Bolsa Alimentação e o Pró-Funcionário (gratificação paga a partir da qualificação do trabalhador).

Diretores do Sisem afirmam que tentam negociar com a Prefeitura da Capital desde 26 de fevereiro, sem que nenhum índice de correção tenha sido apresentado. Uma última reunião visando ao acordo foi agendada para a tarde desta quarta-feira. No entanto, ao chegarem ao Paço, os sindicalistas foram informados por um assessor do prefeito Alcides Bernal (PP) que tanto o chefe do Executivo como o secretário de Governo, Paulo Pedra, não se encontravam no local –o chefe do Executivo passou o dia em Brasília, em reuniões em órgãos do governo federal.

“Depois que disseram que o prefeito e o Pedra não estavam, pedi para negociar com o Disney [Fernandes, secretário de Planejamento, Finanças e Controle] e o Ballock [Ricardo Ballock, secretário de Administração]. O assessor nos informou que eles não poderiam negociar conosco. Ora, se os secretários de Finanças e o de Administração não podem negociar, quem vai? Não querem conversar conosco, então é greve geral”, disparou Tabosa.

Embora não tenha apresentado uma contraproposta oficial ao pedido dos administrativos, a Prefeitura da Capital sinalizou que não teria condições de atender a pedida. Em entrevista recente a O Estado, Disney Fernandes informou que seria difícil oferecer um reajuste “de dois dígitos”, devido a queda na arrecadação do município e a proximidade do Executivo dos limites de gastos com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

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