Moradores que estão vivendo precariamente no bairro Vespasiano Martins, passaram por momentos de indignação na tarde dessa quinta-feira (09), quando funcionários da empresa responsável pelos banheiros químicos da região, fizeram a remoção de quatro das cinco estruturas que estavam à serviço dos moradores, fazendo com que 45 famílias tenham que dividir apenas um banheiro.
Atualmente, 45 famílias que se deslocaram da favela “Cidade de Deus” vivem na região, e segundo relatos, outras localidades como a do Bom Retiro, também passaram pelo mesmo problema. “A situação já era precária, não deixaram a gente fazer fossa para construir os banheiros, porque chegamos a fazer o buraco, mas a terra começou a ‘minar’ do chão. Agora eles chegam aqui e fazem 45 famílias dividirem um só banheiro. Isso é uma falta de respeito com a gente”, relata o pastor Paulo Sérgio dos Santos, 27, que mora na região com a esposa e mais quatro filhas pequenas.
Rodrigo Rocha, 32, liderança principal da comunidade, relata que os funcionários da empresa privada chegaram no local e começaram a remover os banheiros, dizendo que o motivo era porque a Prefeitura não havia realizado o pagamento para que fossem mantidas as estruturas no local.
“Eles chegaram e não quiseram saber de conversa. Deixaram um banheiro para a gente e um para a Guarda Municipal, que faz a segurança do local, mas a gente não pode ir lá e usar o banheiro deles”, relata Rodrigo, indignado com a situação.
Segundo informação dos moradores, os materiais para a construção, como vigas e telhas, pararam de ser entregues, e todas as construções das casas do local estão paradas há quase dois meses. No local ainda existe uma vala inacabada, onde a água da chuva fica acumulada. Os moradores reclamam ainda que nenhuma das cestas básicas, que haviam sido prometidas pelo prefeito Alcides Bernal, foram entregues.
Em resposta, a Prefeitura Municipal diz que “por redução de despesas, a PMCG reduziu o número de banheiros nesses locais, mas não deixou nenhum deles sem”.