Em meio à crise que a presidente Dilma Rousseff enfrenta neste segundo mandato — com uma sequência de derrotas impostas pelo Legislativo, base aliada descontente, escândalo de corrupção na Petrobras e problemas na economia —, manifestações contra o governo estão marcadas para hoje em, pelo menos, 20 estados e no Distrito Federal. Há convocações feitas pelas redes sociais para protestos também na Austrália, Estados Unidos, Bolívia e Inglaterra.
Nas ruas, brasileiros divididos entre os que querem o impeachment da presidente, a renúncia de Dilma e do vice, Michel Temer (PMDB), e os que estão descontentes com o rumo do país, os desvios de verbas públicas e até o reajuste da tarifa de energia elétrica.
Preocupado, o governo vai monitorar os protestos. Decidiu também que autoridades do Ministério da Justiça estarão de sobreaviso. Dilma determinou aos ministros da articulação política, entre eles Pepe Vargas (Relações institucionais) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), que fiquem em Brasília. Dilma deverá se reunir, no final da tarde no Alvorada, com os ministros para avaliar as manifestações.
Durante toda a sexta-feira, o governo monitorou as redes sociais e recebeu para entrevistas individuais as principais emissoras de televisão para destacar a forma ordeira como os movimentos foram às ruas. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, foram realizadas grandes manifestações em vários estados e sem violência. Nas entrevistas, o ministro disse que essa é a expectativa em relação às manifestações marcadas para hoje. Rossetto reforçou ainda que o governo não é contra manifestações, mas que defender impeachment "é golpismo".
Temerosos de que possa haver infiltração de militantes políticos nas manifestações marcadas para este domingo em Goiânia, os organizadores do movimento pediram proteção policial para coibir atos de vandalismo. Boatos nas redes sociais, ontem, noticiaram uma possível infiltração de membros de movimentos petistas no protesto. Os organizadores garantem que Polícia Militar já destacou 1,2 mil homens só para o local da concentração na Praça Tamandaré, região central da capital.