Depois da reunião do PMDB nesta segunda feira, deu para perceber que não haverá trégua alguma com vistas à sucessão de 2016. Aquele papo de que André iria embalar os netos – coisa e tal – é fantasia pura. Ao seu estilo, ele está na ofensiva, contestando declarações da atual administração e unindo as lideranças para evitar a dispersão.
Na pratica, o ex-governador continua firme no comando do ‘barco’, desde a eleição de Jr. Mochi para a presidência da Assembleia Legislativa – até a composição das comissões legislativas. Além dos mais, ele mantém fortes ligações com a cúpula nacional do PMDB como demonstrou em recente viagem à Brasília.
Mas o PMDB não é exceção – tem também suas questões internas que a maioria conhece. As duas derrotas seguidas – prefeitura da capital e Governo – pesaram e deram margem a críticas e questionamentos por parte de companheiros. Marquinhos Trad e Fábio Trad estão de malas prontas. Aliás, o destino de ambos é uma incógnita diante das futuras decisões previstas na reforma política.
Quanto a Nelsinho, apesar dos desencontros e descontentamento da sucessão estadual, deve ficar. Pelo visto, continuará caminhando em espaço próprio, independente do destino dos irmãos dissidentes. Como se diz: agora é cada um pra si.
Os próprios adversários reconhecem a força eleitoral e a estrutura do PMDB, com um time respeitável de prefeitos e vereadores espalhados no Estado. Mas já se questiona por aí – se essa aliança nacional de governabilidade com o PT – não acabará favorecendo o PSDB – que finalmente resolveu adotar uma postura de oposição mais efetiva.
E nunca é demais lembrar: a volta da inflação carimbada com a alta dos preços dos combustíveis e o escândalo da Petrobrás tomando proporções gigantescas, podem sujar as toalhas de renda do Palácio do Planalto. Um ambiente excelente para manifestações populares nas ruas e até discursos cada vez mais inflamados na defesa do impeachment.
Restará ao PMDB local reascender ‘as brasas’- com nova roupagem e discurso para sensibilizar o eleitor. Se não pode bobear, também não deve se precipitar neste enfrentamento. Precisa antes – curar suas feridas e ter a sabedoria de reconhecer os seus erros e desacertos.
Afinal, o PSDB – o seu adversário maior – tem o poder da caneta, que quando usado sabiamente, remove até montanhas.
