A menos de 15 dias para a prova escrita do concurso de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias de Campo Grande, marcada para o dia 10 de abril, muitos candidatos denunciaram a falta de organização e reclamam do descaso com os inscritos. O alerta é para não caírem na ‘pegadinha’ e descobrirem que foram indeferidos, apenas no dia da prova.
Caso aprovado, a remuneração para 40 horas de trabalho por semana é de R$ 1.014,00. A inscrição para agente comunitário foi realizada por área de residência do candidato, sendo que começou no dia 25 de janeiro e terminou em 23 de fevereiro. O valor foi de R$ 60 e tinha que ser feito pela internet, no site da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura).
Neste concurso, os concorrentes ainda vão fazer prova escrita com duração de 4h, teste de aptidão física (TAF) e curso introdutório. “Não vai adiantar eu reclamar, porque eles não vão devolver meu dinheiro ou me deixar fazer o concurso. Mas sei que mais de mil pessoas foram indeferidas e muitas ainda nem sabem. Foi muita sacanagem”, desabafou a dona de casa, Rosemeire de Souza, de 40 anos.
Sua revolta é que a indeferiram porque ao morar no Bairro Betaville, teria escolhido atuar no Universitário. “Eles alegam que não poderia me inscrever na região do Universitário, mas tem agente de saúde que trabalha em bairro diferente de onde mora. Fora que o Universitário é uma quadra da minha casa. Esse não é o problema, se eu coloquei meu endereço, deveria ser automático. Eles aceitaram minha inscrição, passaram desde janeiro para avisar apenas no final de março. Nunca teve esse problema. O importante é passar”, explicou.
Rosemeire contou que se inscreveu no dia 25 de janeiro e só avisaram no dia 18 de março. “Avisaram por e-mail, teve o feriado, quatro dias. Nem todo mundo vê. Porque não mandaram um SMS por celular? Eles fizeram de sacanagem, é injusto. Estava atenta a tudo, conferia o site da Fapec e não colocaram nenhuma notícia sobre isso. Perdi tempo, dinheiro e agora, nem se pudesse fazer, não iria bem na prova. Fiquei muito abalada, nervosa. Estava me preparando desde o começo. Nunca imaginei que isso aconteceria”, desabafou.
Assim como Rosemeire, outras pessoas se prejudicaram. Mas muitos preferiram não se identificar por receio de retaliações. No caso dela, o jeito é mudar os planos e não desistir.
“Fiquei decepcionada, porque muitas vezes não temos nem o dinheiro da inscrição, mas corremos atrás. Palhaçada, eu comprei até apostila para estudar. Vou ter que partir para outro concurso público, de assistente administrativo. Para mim, seria ótimo ser agente. Mas estou correndo atrás, não posso parar no tempo, parei para cuidar da minha filha, agora ela está encaminhada. Nunca é tarde para voltar a estudar e tentar”, disse, otimista.
A assessoria de comunicação da Prefeitura foi questionada sobre a denúncia e informou em nota que "a comissão organizadora constatou irregularidade em 1.300 inscrições (publicação no Diogrande dia 16.03). Inicialmente, foi aberto um prazo de dois dias para os candidatos comparecerem à Escola de Governo para regularizarem a situação. A comissão percebeu que o prazo seria insuficiente, abriu mais três dias (21, 22 e 23.03). A
Além disto, a Fapec decidiu, por conta própria e sem previsão desse ato no edital, enviar email para esses candidatos.
Apesar de todas essas atitudes, teve candidato que não compareceu. A situação está em análise. Nos próximos dias, a decisão será publicada no Diogrande, informando as inscrições que foram, definitivamente, indeferidas pela comissão".