De um lado, Bernal reclama que o Legislativo não aprova nenhum projeto do Executivo. Do outro, o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB), recorre ao passado para comentar a situação. “Quanto ele (Bernal) foi eleito, veio aqui e disse ‘agora eu tenho a caneta na mão’, mas se esqueceu que são três os poderes e que nós podemos fiscalizar. Mas, alguém que se manifesta desta maneira ditatorial não pode ter liberdade para fazer o que bem entende”.
Entre os projetos que Bernal reclama que não foram aprovados está a liberação de tomada de empréstimo de US$ 12 milhões, oferecido pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). De acordo com João Rocha, tal montante é sobra de outros municípios que não quiseram pegar esse financiamento. “E por que nós precisamos pegar, pagando juros dolarizados, num momento em que a prefeitura está em situação difícil?”, questiona o vereador, lembrando do impasse em relação ao aumento salarial de servidores, crises na educação, saúde, e que a cidade está sem manutenção. “Temos outras prioridades e não podemos comprometer ainda mais a capacidade financiamento da cidade”.
Após suspensão da sessão na terça-feira (12), os vereadores de oposição voltaram afiados e sincronizados no ataque ao prefeito. Como se usassem tática de guerrilha, o primeiro golpe partiu do vereador Mario Cesar (PMDB): “Diálogo? Que diálogo ele sabe fazer?”. Seguido de Paulo Siufi (PMDB): “Ele é um mentiroso ardiloso”.
Na sequência entrou Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB): “É um prefeito de faz de conta”. E, para fechar a sequência, Carla Stephanini (PMDB): “É uma pessoa que não se dá ao tamanho do cargo que ocupa”. Tudo por conta do que chamam de “pseudo reposição salarial ao servidor”.
Para finalizar, Mario Cesar chamou a proposta de reajuste de ridícula, mentirosa e criminosa, complementado pelo vereador Marcos Alex (PT) reclamando que o aumento real, que será dado imediatamente, nem chega a 3%. “E agora vem dizer que a Câmara virou as costas? Ah vá!”, reagiu o petista.