As reclamações dos moradores de Campo Grande vêm de vários bairros. Desta vez a equipe de reportagem esteve na vila Carlota –região sul de Campo Grande– onde diversos terrenos estão tomados com mato alto, lugar propício para a proliferação do mosquito Aedes aegpyt, transmissor da dengue, zika e chikungunya. As ruas estão em estado de calamidade, com profundos desníveis. Em algumas vias falta iluminação, em outras, os postes estão acessos durante o dia.
Na avenida Noroeste, em alguns pontos dos 50 metros de largura da via, pelo menos 40 metros estão ocupados com matagal. Os outros 10 metros são de terra em desnível.
“É uma vergonha esse mato desse jeito aqui porque a prefeitura não notifica os proprietários. Eu já até peguei dengue. As ruas estão um caos, quando chove é pior ainda. E a quantidade de buracos? Em dias de chuva parece campo minado”, diz, revoltado, o taxista Fábio Soares da Silva, 33.
E essa realidade não é apenas na avenida Noroeste. Na rua Dinar há asfalto, mas o mato alto ocupa todo o espaço destinado a calçada e em alguns trechos chega a atingir metade de um lado da via, obrigando pedestres a passar pelo meio da rua.
“Já vi três crianças quase sendo atropeladas porque tinham que passar pelo meio da rua. Isso depende apenas de fiscalização e ela não está acontecendo. Quero viver num país que a lei chega a todos”, opinou o advogado Leonildo José da Cunha, 50.
Morador diz que falta praça para as crianças brincarem
Segundo o morador, a região tem cinco bairros, “mas não há sequer uma praça para as crianças brincarem ou adultos fazerem caminhada, por outro lado há tanto matagal lá”, contou. As ruas Emanuel, do Dólar e da Libra não têm asfalto. O caminho é de terra, mas com profundas crateras. O barbeiro Marco Antônio de Oliveira, 46, pensa que a situação é de abandono. “A prefeitura abandonou não só nossa comunidade, mas toda a cidade. A realidade que vivemos no bairro é assunto aqui na barbearia”, comentou.
“As ruas de terra têm menos buracos que as ruas asfaltadas”, reclamou o empresário Antonino Carmona, 47.
Para o aposentado José Domingos da Silva, 62, as dificuldades são ainda maiores. “Preciso da ajuda da bengala para andar e com tantos buracos é complicado”, contou.
Terrenos têm de ser limpados pelos donos, informa prefeitura
Em resposta aos problemas da vila Carlota, a assessoria da prefeitura informou que os terrenos são particulares e não faz a limpeza. As denúncias podem ser feitas no telefone 156, da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informando a localização certa para que um fiscal vá ao local notificar o terreno sujo. O denunciante pode acompanhar o trâmite do processo pelo número do protocolo que é fornecido durante o atendimento.
No caso da iluminação pública, as denúncias podem ser feitas pelo atendimento da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação): 3314- 3675/3676/1110/1116. Segundo o Executivo, também existe o da Ouvidoria pelo telefone 3314-4639.
Em relação às queixas de casos de dengue, a prefeitura respondeu que “nessa época em que caem os registros de casos de dengue, o fumacê só é aplicado próximo dos locais onde há notificações”, explicou por nota.