Assim como diversas regiões de Campo Grande, os moradores do bairro Zé Pereira estão revoltados com as condições da região e destacam que estão esquecidos pelo poder público. No local é fácil notar que o bairro conta com obra parada, terrenos tomados por matagal e falta de atividades esportivas para crianças e adolescentes.
José Luiz Annes, 59 anos, afirma que um terreno que pertence a prefeitura da Capital está tomado por mato, colocando em risco a vida da população. "O terreno é enorme e pertence a prefeitura, mas ali não tem manutenção, o mato está enorme e coloca a vida da população em risco porque quem passa por lá pode ser vítima de pessoas escondidas dentro do matagal".
Além do mato alto, José ressalta que as bocas de lobo das ruas do bairro Zé Pereira estão todas entupidas e com a chegada de fortes chuvas, a região teme alagamentos. "Todas a bocas de lobo aqui estão tomadas pelo lixo, a água não desce nas bocas, elas passam direto, em época de chuva forte, isso aqui vira um rio, fica dificil trafegar pelas ruas do bairro".
De acordo com o pintor Francel Cristian Santos, 33 anos, equipes da prefeitura estiveram na região, mas a limpeza foi feita 'meia boca'. "Eles até vieram, enrolaram um tempo, limparam por cima, ficam pouco tempo e foram embora como se tivessem feito a limpeza. Não da para entender, eles dizem que limpam, desentopem, mas quando chove, a água não desce e nós passamos por maus bocados aqui".
Wanderley Jacks, 55 anos, conhecido na região como "Cascavel", que já foi presidente por cinco vezes, afirma que lamenta a forma de trabalho de Alcides Bernal (PP), já que o serviço de drenagem foi mantido longe das ruas do Zé Pereira. "Cada um tem uma visão diferente, mas quando chove, os moradores concordam que o serviço de drenagem deixou de ser feito aqui há muito tempo. Nessa gestão quase não temos contato com equipes da prefeitura, o bairro piorou e muito".
O ex-presidente de bairro diz que sente falta de gestão de André Puccinelli (PMDB), que segundo ele, acompanhava as obras e serviços prestados na região. "O André sempre estava aqui, vistoriando, vinha naquele Uno vermelho dele, mas sempre ouvia as pessoas, conversava, tomava café com a gente e cobrava agilidade das pessoas que prestavam serviço para a prefeitura, mas o Bernal nem mandar equipe aqui para fazer o serviço manda".
O vigia Pedro Santos, 48 anos, concorda com Wandeley, mas ao falar do último administrador de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB), demonstra que guarda mágoas do ex-peemedebista. "O André queríamos de volta, mas o Nelsinho só prometeu e não fez nada aqui no nosso bairro. Deixou um Ceinf em andamento, qeu agora virou obra abandonada e prometeu melhorias aqui no campo de futebol para as crianças e nada fez. Deixou o governo sem cumprir as promessas que fez aqui na região".
Ao falar da obra parada, que possui uma placa de obra retomada na frente, o pedrreiro Divanilson José da Silva, 38 anos, explica que esse é o motivo de estar desempregado atualmente. "Eu trabalhava nessa obra, mas fui mandado embora. Agora o prefeito coloca uma placa ai falando que retomou a obra e isso é mentira. Fica duas pessoas dentro da obra para fingir que tem gente e pronto. Eu estou sem emprego porque trabalhava aqui".
Já Jonas Macedo, 43 anos, que foi vice-presidente do bairro, destaca que não sente falta da administração de Puccinelli, mas defende que uma nova política deve ser implementada para que o lazer volte a ser oferecido no bairro. "Não defendo a gestão dele, acho que tudo que tinha para fazer pelo Estado já fez, agora tem que entrar pessoas novas, que se dediquem.