A agonia de ficar longe do que mais ama durou 398 dias. Dúvidas e questionamentos não deixaram Anderson Silva em paz desde a fratura na perna esquerda na revanche contra Chris Weidman, em 28 de dezembro de 2013. Mas tudo isso se transformou em energia e força para o esperado retorno ao octógono. Os fãs de MMA aguardaram um bom tempo e agora podem desfrutar: a lenda está de volta. O Spider teve pela frente o americano Nick Diaz na noite deste sábado em Las Vegas (madrugada no Brasil), na luta principal do UFC 183, e cumpriu seu papel com êxito. Precisou de cinco rounds, é verdade, mas saiu com a vitória.
O brasileiro, que costuma tentar desestabilizar os adversários emocionalmente, experimentou o outro lado da moeda com Diaz e jogou as provocações e palhaçadas exageradas do rival para escanteio. Não teve medo de chutar com a recuperada perna esquerda e se sagrou vencedor por decisão unânime dos jurados (49 a 46, 50 a 45 e 50 a 45) após cinco rounds, em sua primeira luta a terminar na buzina final desde que bateu Demian Maia em 10 de abril de 2010. Na comemoração, o alívio, e Anderson caiu no choro, aos prantos. Foi o fim de um capítulo emocionante na história do maior nome das artes marciais mistas na atualidade.
– Eu não sei o que dizer. Obrigado, Deus, por me dar mais uma chance. Obrigado aos meus amigos e à minha família. Esse momento é muito importante para mim, para toda a minha família e para todos os brasileiros. Queria agradecer a todos vocês que estiveram aqui, a todos os brasileiros. Esse momento, para mim, é muito importante por conta de tudo o que sofri neste um ano. Achei que não ia voltar a lutar no começo. Queria agradecer ao Dr. Márcio Tannure, ao médico que me operou aqui, ao Dana White, ao Lorenzo Fertitta e a todo mundo que me apoiou até aqui – disse Anderson, emocionado, ao fim do duelo.
O futuro de Anderson Silva é uma incógnita. Com mais 14 lutas no contrato com o UFC, ele está com 39 anos e vive recebendo pedidos da família para que se aposente. Se depender do público, ele ainda lutará por muitos anos.
– Vou voltar para a minha família agora. Meu filho Kalyl pediu para eu parar de lutar. Então eu vou voltar para a minha casa para ficar com meus filhos e, não sei, talvez eu volte.