“Capital é um barco à  deriva” – sem administração

Ruas cheias de buracos, postos de saúde com longas filas, alunos de escolas públicas queixando-se da falta de merenda escolar e de uniformes, entre outros problemas. Em um cenário como este, a lógica nos induz a pensar: “está tão ruim, que a situação não pode ser pior”. A má notícia é que tem piorado, infelizmente.

Reportagens publicadas recentemente demonstram que Campo Grande piora a cada dia. Na edição de ontem, foi demonstrado que a negligência do município em informar ao Ministério da Saúde que uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) já está concluída levou a prefeitura a deixar de receber R$ 1,25 milhão em recursos federais. Dinheiro que aliviaria os cofres do município, que tem bancado sozinho o funcionamento da unidade.

A verba que a Capital poderia receber abriria, certamente, espaço no caixa para concluir obras que estão paralisadas, como, por exemplo, a do  posto de saúde do Jardim das Perdizes.

A administração do prefeito Alcides Bernal parece não estar preocupada com o desenvolvimento econômico.

A secretaria responsável pelos projetos que visam atrair indústrias, gerar emprego e capacitar trabalhadores está sem um titular desde o mês de abril. O problema maior é que, desde o segundo semestre do ano passado, nenhuma indústria demonstrou interesse em se instalar em Campo Grande. E os projetos aprovados pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codecon), desde agosto, referem-se a projetos antigos.
Claro, vivemos um período de crise econômica. Mas como explicar que de 2015 para cá várias cidades do interior do Estado, como Dourados e Três Lagoas, para não citar as menos populosas, receberam milhões em investimentos?

A resposta parece estar clara: falta organização, vontade e diálogo na prefeitura da Capital. Em época de crise, é necessário novas ideias, reinventar-se e trabalhar muito.

Não é o que se vê, conforme demonstra a reportagem desta edição: ninguém no município exalta as vantagens de se investir na cidade, tampouco dialoga com o setor empresarial.

O que se pode concluir de todo esse abandono que vive a capital de Mato Grosso do Sul é que ela está à deriva. A arrecadação provém somente dos setores do empresariado que já existem (e sobrevivem às dificuldades) e também dos cidadãos, que pagam seus impostos e pouco ou quase nada recebem em troca da administração municipal.

Enquanto não houver projetos bem elaborados, iniciativa para se iniciar um diálogo com empresários para melhorar a atividade econômica da cidade e demonstração de credibilidade na gestão dos recursos, a situação tende a piorar.

O otimismo em Campo Grande só voltará quando o cidadão ver novamente as ruas bem cuidadas, escolas públicas com índices de excelência em educação e postos de saúde atendendo dentro dos parâmetros considerados ideais. E isso só se consegue com disposição, organização e muito trabalho. 

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