Milagre da vida: após dias em coma, Janaina renasceu e celebrará o Dia das Mães junto dos quatro filhos

Mesmo com apenas 1% de chance de sobreviver, equipe médica não desistiu e com trabalho coordenado, fez tudo para salvar sua vida. Junto, uma corrente de oração se manteve firme durante todos os dias de sua internação

Neste Dia das Mães, há muitas histórias para contar, mas a de Janaina Vargas Corrente Bonfá, 38 anos, é sobre maternidade em sua forma mais pura: amor, sacrifício, entrega e renascimento. Um verdadeiro testemunho sobre o milagre da vida que, às vezes, acontece da maneira mais improvável e quando menos se espera.

Ela e o esposo João, casados há 19 anos, já eram pais de três filhos: João Vitor (18), Lorenzo (13) e Maria Clara (10), mas Deus, segundo ela, que tem a vida guiada pela fé, mostrou que eles teriam mais um. “Decidimos nos abrir à vida, ao que Deus havia colocado em nossos corações, e logo veio a gestação da Ana”, conta. A gestação começou tranquila, mas, às 12 semanas, veio o primeiro susto: um descolamento de placenta, hemorragia e hematomas que significavam riscos sérios. Mas a pequena Ana seguiu firme, crescendo saudável em seu ventre, sob o cuidado da mãe, que passou meses em repouso absoluto.

Já no fim da gravidez, o diagnóstico de placenta prévia total, condição que impedia o parto normal fez sua obstetra optar pela cesariana com toda a estrutura de suporte, no Hospital Unimed Campo Grande. No dia 28 de fevereiro, Ana nasceu. Forte, saudável, com 37 semanas e 4 dias. Mas, quando tudo parecia bem, começou a luta pela vida de Janaina. “Ao mesmo tempo que dei à luz a uma vida, começou a minha luta pela minha vida”.

Complicações graves no pós-parto levaram Janaina à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mais hemorragias, quatro cirurgias, sendo uma histerectomia de emergência e, no total, 13 dias de intubação, em coma. O caso era gravíssimo. Os médicos, junto à equipe assistencial, faziam de tudo para salvá-la. Aliada à medicina, uma corrente de oração se formou pela sua vida durante os dias de internação. Amigos, familiares e até desconhecidos se revezavam, 24 horas por dia e, todos os dias, à noite, também se reuniam no estacionamento do hospital, pedindo pela vida dela e pelos outros pacientes. “Mesmo quando via apenas 1% de vida em mim, a equipe médica não desistiu e junto dela, pessoas oravam a todo tempo por mim. Isso me emociona profundamente até hoje”, lembra Janaina.

No dia 10 de março, uma segunda-feira, Janaina despertou do coma. Estava lúcida, reconhecendo a todos ao redor — um verdadeiro milagre, reconhecido pela própria equipe de saúde. “Foi lindo ver a alegria dos médicos, do Dr. João Ricardo, Dr. Alexandre Cabral, minha obstetra, Dra.  Meire do Rosário, e tantos outros que também cuidaram de mim junto com enfermeiros, técnicos. Então a gente sabe que foi um milagre sair dali com vida e sem nenhuma sequela”, relembra bastante emocionada.

“Esse foi um caso muito desafiador, do ponto de vista técnico. Um caso gravíssimo, com chance de sobrevivência muito baixa, que exigiu um trabalho em conjunto com outros médicos, de forma coordenada. E ver ela viva foi um momento de muita alegria e de esperança renovada, porque no fim das contas esse é o nosso propósito: cuidar das pessoas, trazer saúde, devolver aos seus entes queridos, e a Janaina é reflexo de tudo o que nos esforçamos todos os dias para entregar aos nossos pacientes”, ponderou emocionado, Dr. Alexandre Cabral, nefrologista da Unimed Campo Grande.

Depois de 21 dias, Janaina e a filha, enfim, se reencontraram. Um momento carregado de emoção e gratidão. Ana, uma menina linda, saudável, com olhos que transmitem alegria, como quem veio ao mundo para trazer ainda mais força e amor à sua mamãe.

Ao todo, foram 25 dias de internação. Hoje, cercada pelos filhos e pelo marido, ainda se cuidando depois de tanta luta, Janaina vai celebrar este Dia das Mães com uma nova perspectiva. “Sou grata a Deus por estar viva, com saúde, cuidando da minha família, da minha bebê. Esse Dia das Mães representa o dom da vida, o amor de Deus, a força que uma mãe tem. Esse ano é ainda mais especial, pelo privilégio de estar aqui contando a minha história”.

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