Astrônomo descobre duas novas luas em Júpiter

O maior planeta do Sistema Solar acaba de ganhar mais duas novas luas, elevando o número total de satélites naturais de Júpiter para 69. O anúncio dessas descobertas foi realizado neste mês, em dois comunicados do Minor Planet Center, ligado ao Observatório Astrofísico Smithsonian. Os dois corpos celestes foram encontrados ao acaso, durante buscas por um possível novo planeta dentro do nosso sistema.

“Nós continuamos as observações em busca de objetos muito distantes no Sistema Solar exterior além do Cinturão de Kuiper, que inclui a busca por novos planetas como o Planeta X”, contou o autor das descobertas, Scott Sheppard, do Instituto Carnegie, em Washington. “Durante essas campanhas de observações, nós encontramos a maioria das luas conhecidas de Júpiter assim como algumas que eram desconhecidas ou estavam perdidas”.

Júpiter possui quatro grandes luas — Ganímedes, Calisto, Io e Europa — e dezenas de pequenos satélites em sua órbita. Por causa das dimensões, eles são difíceis de serem observados e alguns acabam se perdendo. Segundo Sheppard, no início do ano passado existiam 14 satélites perdidos, mas cinco deles foram localizados novamente durante a campanha de observação.

As duas novas luas foram batizadas como S/2016 J1 e S/2017 J1. Elas foram observadas em março de 2016 e março de 2017, respectivamente, mas anunciadas apenas neste mês após observações de comparação. Pela luminosidade refletida, os astrônomos estimam que esses corpos tenham entre um e dois quilômetros de diâmetro.

“Nós confirmamos que não se tratavam de luas perdidas por termos um ano de observações em ambas, o que nos dá duas novas luas em Júpiter, elevando para 69 as luas conhecidas”, disse Sheppard.

O S/2016 J1 foi observado no dia 8 de março do ano passado, no observatório Las Campanas, no Chile, e teve a órbita confirmada há seis semanas por um observatório em Mauna Kea, no Havaí. O satélite está a cerca de 20,6 milhões de quilômetros de Júpiter e sua órbita duras 1,65 ano.

Já o S/2017 J1 foi identificado no dia 23 de março deste ano, no observatório Cerro Tololo, também no Chile, e confirmado por dados coletados em Mauna Kea. A distância para Júpiter é de 23,5 milhões de quilômetros, com órbita de 2,01 anos.

O que chama atenção nesses satélites, e em outros descobertos anteriormente, é que a maioria desses pequenos corpos apresentam órbitas retrógradas, na direção oposta à rotação do planeta, e com inclinação maior de 90 graus. Essas órbitas distantes e irregulares sugerem que esses corpos foram formados em outra região do Sistema Solar exterior e capturados por Júpiter.

“É provável que encontremos mais algumas novas luas nas nossas observações de 2017, mas precisamos reobservar em 2018 para determinar quais descobertas são novas e quais são de luas perdidas”, afirmou o astrônomo.

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