“Nós continuamos as observações em busca de objetos muito distantes no Sistema Solar exterior além do Cinturão de Kuiper, que inclui a busca por novos planetas como o Planeta X”, contou o autor das descobertas, Scott Sheppard, do Instituto Carnegie, em Washington. “Durante essas campanhas de observações, nós encontramos a maioria das luas conhecidas de Júpiter assim como algumas que eram desconhecidas ou estavam perdidas”.
Júpiter possui quatro grandes luas — Ganímedes, Calisto, Io e Europa — e dezenas de pequenos satélites em sua órbita. Por causa das dimensões, eles são difíceis de serem observados e alguns acabam se perdendo. Segundo Sheppard, no início do ano passado existiam 14 satélites perdidos, mas cinco deles foram localizados novamente durante a campanha de observação.
As duas novas luas foram batizadas como S/2016 J1 e S/2017 J1. Elas foram observadas em março de 2016 e março de 2017, respectivamente, mas anunciadas apenas neste mês após observações de comparação. Pela luminosidade refletida, os astrônomos estimam que esses corpos tenham entre um e dois quilômetros de diâmetro.
“Nós confirmamos que não se tratavam de luas perdidas por termos um ano de observações em ambas, o que nos dá duas novas luas em Júpiter, elevando para 69 as luas conhecidas”, disse Sheppard.
O S/2016 J1 foi observado no dia 8 de março do ano passado, no observatório Las Campanas, no Chile, e teve a órbita confirmada há seis semanas por um observatório em Mauna Kea, no Havaí. O satélite está a cerca de 20,6 milhões de quilômetros de Júpiter e sua órbita duras 1,65 ano.
Já o S/2017 J1 foi identificado no dia 23 de março deste ano, no observatório Cerro Tololo, também no Chile, e confirmado por dados coletados em Mauna Kea. A distância para Júpiter é de 23,5 milhões de quilômetros, com órbita de 2,01 anos.
O que chama atenção nesses satélites, e em outros descobertos anteriormente, é que a maioria desses pequenos corpos apresentam órbitas retrógradas, na direção oposta à rotação do planeta, e com inclinação maior de 90 graus. Essas órbitas distantes e irregulares sugerem que esses corpos foram formados em outra região do Sistema Solar exterior e capturados por Júpiter.
“É provável que encontremos mais algumas novas luas nas nossas observações de 2017, mas precisamos reobservar em 2018 para determinar quais descobertas são novas e quais são de luas perdidas”, afirmou o astrônomo.