Após tentativa de proibição da realização do “Carnaval da Paz” neste sábado (4) na Esplanada Ferroviária, na Capital, os organizadores do Bloco Capivara Blasé, conseguiram autorização para manter o evento no mesmo local e data.
A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), esclarece que não impediu a realização da festa de Carnaval. Em reunião ocorrida na tarde desta sexta-feira (3), entre órgãos da prefeitura, instituições policiais e organizadores do Bloco Capivara Blasé, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pediram a assinatura de um termo de responsabilidade, pois a área da Esplanada é tombada como patrimônio histórico de Campo Grande e precisa ser preservada.
De acordo com a legislação, por ser em local público e o evento não ter fins lucrativos, a responsabilidade da segurança é do Poder Público, através da Polícia Militar e Guarda Municipal. Entretanto, PM e GM não quiseram se responsabilizar pela segurança da população de Campo Grande.
Por isto, o Instituto solicita que um documento seja assinado para que alguém fique responsável caso ocorra dano ao patrimônio tombado. A medida leva em consideração a ação da Polícia Militar e Guarda Municipal na terça-feira (28) de Carnaval, que acabou com confusão e o lançamento de bombas de gás lacrimogênio contra a população.
Para finalizar, a Sectur frisa ainda que não é contra a realização da festa dos blocos de Carnaval, porém zela pelo bem público e atua de acordo com os anseios da população.
O Iphan considera como manifestação tradicional a realização de blocos carnavalescos nas ruas da Esplanada ferroviária. “O complexo ferroviário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, tombado desde 2009, assiste já há alguns anos, ao renascimento do carnaval de rua, com blocos e cordões que tomam como palco as ruas de paralelepípedos. A festividade ocupa agora o espaço que registrou o período áureo da estrada de ferro Noroeste do Brasil, com sua estação e as residências na vila dos ferroviários. Se antes Campo Grande aguardava o apito dos trens na estação, hoje a espera maior é pelos apitos dos foliões”, destaca a entidade.